Caro Jamildo, A deputada Terezinha Nunes não é a pessoa mais adequada para falar em atitudes republicanas.

Afinal, ela fez parte de um governo – Jarbas/Mendonça – que sim nomeou secretários e loteou cargos públicos com fins eleitoreiros.

Vamos rememorar, e usando notícias divulgadas pela mídia local, para comprovar o que ela parece ter esquecido: Matéria do Diário de Pernambuco publicada em 20 de maio de 2005, com a manchete Lafepe está nas mãos dos políticos mostra denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Indústrias Farmacêuticas de Pernambuco (Sindtrafarma) sobre loteamento de cargos no Lafepe. “O presidente da entidade, Carlos Eduardo, acusa o governador Jarbas Vasconcelos e o senador Sérgio Guerra (PSDB) de `inchar´ a área administrativa da empresa com a nomeação de ex-prefeitos que perderam a eleição e de parentes dos políticos ligados ao seu grupo.

Entre os indicados estão filhas, esposas, genros e até cunhados de aliados do senador.

Os salários dos `afilhados políticos´ variam de R$ 2 mil a R$ 5,6 mil”, mostra a matéria.

Desta forma, à época, o grupo de farmacêuticos responsável por toda a produção e fiscalização do Lafepe ficou sob a coordenação do ex-prefeito de Limoeiro, o odontólogo Orlando Jorge, nomeado por Guerra como superintendente.

Além do ex-prefeito de Limoeiro, foram empregados naquele período ocupando cargos de direção o ex-prefeito de Garanhuns, Silvino Duarte, o ex-prefeito de Chã de Alegria Marinaldo Massena e o ex-prefeito de São José do Belmonte João Tenório Cavalcanti.

Já a filha do ex-prefeito de Paulista, Geraldo Pinho Alves (falecido), Bianca Pinho Alves, ocupou a função de coordenadora de Atendimento da Secretaria de Saúde e a cunhada do deputado estadual Bruno Rodrigues (PSDB), Adriana Mertens, trabalhavacomo coordenadora administrativa do Lafepe.

Na contabilidade feita pelo sindicato, além dos quatro ex-prefeitos e da lotação de familiares de políticos, outras dez pessoas, entre elas, coordenadores, motoristas, secretárias e assessores completavam a lista de afilhados políticos do senador Sérgio Guerra no Lafepe.

Em outra matéria do Diário de Pernambuco, a reportagem – intitulada Jarbas abriga ex-deputados em cargos de segundo escalão – mostra a acomodação de aliados no segundo governo Jarbas Mendonça.

A matéria fala que Jarbas criou “uma nova categoria de políticos dentro da aliança que lhe dava sustentação (PMDB, PSDB, PFL, PPB e PPS).

E a matéria dizia: “Trata-se dos “rebaixados”, facção que congrega lideranças, que, por não conseguirem se reeleger ou por terem desistido de renovar o mandato, estão sendo “aproveitadas” em funções de segundo e terceiro escalões”.

Ficou claro que a estratégia de Jarbas era a de segurar os derrotados dentro da aliança, diante da dissidência que se via na base governista.

E a reportagem atestava: “Em contrapartida, os “sem mandato”, que juntos contabilizam mais de 200mil votos, ganham algum poder e se mantém vivos politicamente.

Mesmo que de modo limitado, eles passam a ter voz e uma certa autoridade para tratar de política com suas bases”.

Para não me alongar muito, vou a um caso bastante emblemático do governo que a nobre Terezinha Nunes fez parte.

Em matéria do Jornal do Commercio publicada em 09.03.2005, intitulada “PPS, enfim, com espaço no governo”, é mostrada a manobra governista na Assembléia Legislativa recriando à época a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, apenas para abrigar Elias Gomes.

A matéria dizia: “A bancada argumenta que a recriação da pasta – que será votada hoje em segunda discussão – é apenas para acomodação política do PPS, com aindicação do ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho Elias Gomes, presidente regional do partido.

Alega ainda que o governo agiu com autoritarismo ao rejeitar emendas dos parlamentares”.

E continuava: “A aprovação encontrou resistência até nos partidos da base de apoio ao Palácio, principalmente no PFL e no PP.

Segundo informações de bastidores, os pefelistas não gostariam de ver o pós-socialista Elias Gomes no primeiro escalão por achar que o ex-prefeito faz parte da cota do senador Sérgio Guerra (PSDB), pré-candidato a governador”.

Lembrado isto, sugiro que a nobre deputada Terezinha Nunes repense o passado e reflita o que significa para ela os termos boa política e atitude republicana.

E também aprenda a respeitar ex-gestores competentes, que estão no governo Eduardopara somarem-se a um grande projeto de governo, que tirou Pernambuco das sombras.

Não dá para fazer política escondendo e esquecendo do passado.

Grato, Isaltino Nascimento (PT) Líder do Governo na Assembléia Legislativa