“Nomear políticos que só vão ficar oito meses nos cargos é algo incompatível com a boa política e, diria mesmo, que é uma atitude pouco republicana”.

A declaração foi feita pela deputada Terezinha Nunes, em plenário, na tarde de hoje, numa crítica direta à nomeação dos ex-prefeitos João Paulo, Luciana Santos, Odacyr Amorim e Severino de Souza, que assumiram os cargos recentemente no governo Eduardo Campos, embora já esteja certo que participarão das próximas eleições A parlamentar afirmou que, ao tomar tal atitude, o governador criou uma nova nomenclatura na administração pública brasileira: o secretário temporário, com o único objetivo de acomodar aliados para o seu projeto de reeleição. “Um governo de compadrio, como está se transformando a atual administração, é algo que Pernambuco nunca tinha visto”, disse.

Terezinha salientou que João Paulo não só ganhou de presente a Secretaria de Articulação Regional como também três projetos importantes: o Prometrópole, o Prorural e o Promata e já está marcando viagens pelo Estado para fazer política. “Ele chegou a citar, em entrevista à imprensa sobre as obras a serem feitas: ‘É inegável que todas elas nos beneficiam, tem fundo político, mas isso é conseqüência do momento’”.

Lembrou, também, que Luciana Santos, ao assumir a Secretaria de Ciências e Tecnologia, se recusou a falar com a imprensa porque precisava se inteirar sobre os projetos em andamento. “Quando terminarem a transição, já será o momento de deixarem os postos e a eleição estará nas ruas”, destacou. “A busca de mandatos está tão patente na atual gestão que já se anuncia que 12 secretários estarão saindo em abril para se candidatar, uma mudança jamais vista no Estado, de praticamente metade da equipe, que deixará um vácuo na administração”.

Para a deputada, enquanto o governo se preocupa com a luta pelo voto, negligencia a oferta de serviços básicos à população, como saúde, educação e as condições das estradas.

As críticas foram reforçadas pelos deputados oposicionistas Augusto Coutinho, Miriam Lacerda e Maviael Cavalcanti. “O palanque está montado.

O governador está preocupado porque sabe que seu governo é de faz de conta”, disse Coutinho.

O deputado André Campos alegou que o governo não tinha como convocar os secretários antes porque eles eram prefeitos, sendo rebatido por Terezinha: “Isso faz mais de seis meses, portanto, sua declaração só confirma o que digo”.