(Orlandeli / Chargeonline.com.br) Da Agência Estado Com o fim do recesso legislativo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), retomou suas atividades nesta segunda-feira, 3, mas evitou falar com a imprensa.
O peemedebista chegou ao Senado ainda pela manhã sob forte esquema de segurança, e foi para o seu gabinete, de onde não havia saído até o momento.
Sarney volta do recesso parlamentar alvejado por denúncias que vão da contratação de aliados e parentes por atos secretos a desvio de dinheiro destinado pela Petrobras à Fundação Sarney para empresas fantasmas.
O presidente do Senado responde, ao todo, a onze ações no Conselho de Ética: cinco representações e seis denúncias.
O próxima reunião do Conselho será nesta quarta-feira, 5.
Provocado a se manifestar sobre as ações que pesam contra Sarney, o senador Heráclito Fortes pediu para ser “poupado” deste assunto, pois ambos - ele e Sarney - fazem parte da Mesa Diretora do Senado, mas ponderou que não poderia mais haver “anestesia no Senado”. “Gostaria de ser poupado de comentar o episódio.
Sou secretário da Mesa Diretora do Senado, que é presidida pelo senador Sarney”, disse. “A minha vida é minha biografia.
Não vou concordar com essa caixa-preta, eu não convivo com sombra.
Eu não vou, em um momento como esse, permitir colaborar com um retrocesso na minha biografia.
Não pode mais haver anestesia nesta Casa.
Esse período de anestesia atingiu a todos nós”, ponderou.
Reunião Mais cedo, Sarney chamou à sua residência a diretora de Recursos Humanos do Senado, Doris Marise Peixoto, no momento em que Heráclito Fortes participava do ato solene de “reabertura” da gráfica do Senado.
Heráclito explicou que Sarney avisou que não compareceria, alegando ter outros compromissos.
Outros parlamentares, no entanto, entenderam o fato de ele ter chamado a diretora de Recursos Humanos à sua casa como sinal de que está preparando a sua saída do cargo de presidência do Senado.
Doris disse que levou ao presidente da Casa informações publicadas nos boletins de pessoal que ele tinha solicitado.
Segundo ela, foi “uma checagem de dados”. “Eram algumas informações que ele tinha esquecido.
Eu só fui fazer isso”, afirmou a diretora, sem dar mais detalhes.
Doris negou que tenha ido à casa de José Sarney (PMDB-AP), tratar da saída dele do cargo.