Brasília - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), discutirá com a bancada tucana, na terça-feira (4), uma possível representação do partido no Conselho de Ética contra o líder peemedebista Renan Calheiros (AL).
Para o senador tucano, Calheiros quebrou o decoro parlamentar ao tentar fazer com que o PSDB desistisse de encaminhar representação contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para que, em troca, o PMDB não o denunciasse ao conselho. “Para mim foi uma visível falta de decoro.
Quer dizer que ele [Renan Calheiros] só denuncia quando se mexe com o grupo dele.
Se não mexer não denuncia.
Quando alguém vê alguma irregularidade tem que denunciar”, afirmou o líder do PSDB.
Caso os peessedebistas não banquem a representação contra o líder do PMDB, Arthur Virgílio avaliará se entra, no conselho, com uma denúncia pessoal contra Renan Calheiros.
Segundo ele, neste caso existem duas condicionantes que ainda estão sob análise: se a sua avaliação de quebra de decoro tem respaldo jurídico e se a iniciativa não tiraria o foco das representações contra o presidente do Senado.
Para o líder do PSDB, a investigação de José Sarney pelo Conselho de Ética é prioritária e não pode correr risco de ser posta de lado.
Arthur Virgílio reconheceu que, no caso de Renan Calheiros, “há uma briga pessoal”.
Ele acrescentou que o líder peemedebista não o perdoa pela postura que adotou, em 2007, quando o parlamentar era presidente do Senado e teve que responder a seis processos no Conselho de Ética.
Para não ter o mandato cassado, Calheiros renunciou ao cargo.
Uma das justificativas da representação do PMDB contra Arthur Virgílio foi o fato de ele ter mantido a remuneração de funcionário de seu gabinete que estudava no exterior.
O peessedebista reafirmou que já está ressarcindo aos cofres do Senado os R$ 210 mil pagos ao ex-funcionário.
Arthur Virgílio reclamou que até o momento não recebeu da administração do Senado resposta a um pedido de informações sobre quantos senadores têm funcionários pagos pela Casa que estudam no exterior.
O parlamentar acrescentou que sua atitude “foi um gesto bonachão” pelo qual está pagando.