(Foto: Clemilson Campos / JC Imagem) De Cidades / JC “A Polícia Civil não deve desculpas a ninguém.

A Polícia Civil tem um nome, é dirigida por homens responsáveis.

Ninguém pede desculpa ao investigado.

A prisão temporária não significa indiciamento, não significa uma prisão preventiva.” A declaração é do delegado Paulo Alberes, que presidiu o inquérito do caso Arturo Gatti, sobre a prisão da viúva do pugilista, Amanda Rodrigues.

Foi Alberes quem pediu a prisão temporária de Amanda, 10 dias depois de ela ser presa em flagrante pelo delegado de plantão Josedite Ferreira.

Alberes defendeu o colega, que não estava na entrevista coletiva organizada pela Secretaria de Defesa Social (SDS). “E se ele não autuasse em flagrante e depois descobrisse que ela era a homicida.

Ela pegava o passaporte canadense e partia.

E agora?”, afirmou o policial.

A reportagem não conseguiu localizar Ferreira para comentar o assunto.

Durante a entrevista, o delegado soltou farpas no advogado de Amanda, Célio Avelino. “A Polícia Civil não precisa pedir desculpas a ninguém, como o advogado disse.

Quem tem que pedir desculpas é ele, pela grosseria.

Quem fala o que quer ouve o que não quer.” Sabendo da declaração, Avelino respondeu: “Por aí você vê o nível da nossa polícia ou de alguns policiais, que submetem uma pessoa a um linchamento moral, pessoa que, além de perder o marido, é acusada de matá-lo, e depois acham que não devem pedir desculpas.

Acho que ela deve ser indenizada por dano moral, quanto mais receber um pedido de desculpas”, disse o advogado.

O chefe da Polícia Civil, Manoel Carneiro, defendeu as escolhas feitas por quem estava à frente do caso. “Se eu fosse o delegado, se eu não a autuasse em flagrante ali, eu requereria a prisão temporária dela ao juiz competente.” Apesar da reviravolta no caso e das farpas contra o advogado de Amanda, a entrevista coletiva teve clima descontraído.

Paulo Alberes brincou com os jornalistas sobre uma foto incluída no inquérito em que ele simula o enforcamento debaixo da escada do flat.

Além disso, afirmou que quem o conhece sabe que ele prende alvirrubros, rubronegros e tricolores, em referência à rivalidade dos principais times de futebol do Estado.