Da Agência Brasil Embora o governo brasileiro já tenha manifestado disposição de trabalhar pela reconciliação entre Venezuela e Colômbia, esse não é o objetivo da viagem do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a Caracas.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, Garcia estará na capital venezuelana amanhã (31) e sábado (1º) para tratar da agenda bilateral.
Um dos temas centrais será o acordo entre a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA para construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
De acordo com o Planalto, a visita de Garcia já estava agendada antes mesmo das tensões entre Venezuela e Colômbia e visa a preparar o encontro trimestral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez.
A próxima reunião deve ocorrer entre final de agosto e começo de setembro.
Na última terça-feira (28), a Petrobras informou, durante o encontro de presidentes, que deve ser finalmente firmado o acordo para a sociedade na Refinaria Abreu e Lima.
A parceria vem sendo negociada desde 2005.
Em setembro do ano passado, Petrobrás e PDVSA chegaram a concluir o acordo de acionistas, mas a assinatura do documento e o fechamento do negócio ficaram na dependência da definição de questões comerciais.
O principal impasse referia-se à intenção da PDVSA de comercializar no Brasil sua parte da produção da refinaria, contrariando os interesses da Petrobras.
Além de um acordo quanto à distribuição, também faltava definir o contrato de compra do petróleo venezuelano e brasileiro que abastecerá a refinaria.
O contrato de associação, que expiraria no dia 26 de março, foi estendido por 60 dias durante visita do ministro venezuelano de Petróleo e presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, a Brasília, em março.
De acordo com a Petrobras, as negociações foram intensificadas após visita do presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, à Venezuela, atendendo convite de Chávez no último encontro dos presidentes dos dois países, em maio passado.
A refinaria terá capacidade para processar 230 mil barris de petróleo pesado por dia, dos quais 50% serão de origem brasileira e 50% venezuelanos.
As obras estão em fase inicial, com cerca de 15% dos trabalhos concluídos, mas a construção vem sendo bancada inteiramente pela Petrobras.
O início de operação está estimado para 2011.