Por Giovanni Sandes, do Jornal do Commercio A TAM deixará de voar entre Recife e Paris a partir do próximo dia 13. É a segunda companhia aérea com operação em Pernambuco a anunciar, em pouco mais de uma semana, uma medida mais drástica por causa da crise que afeta a aviação comercial no Brasil e no mundo.
A primeira, conforme antecipou o JC no último dia 21, foi a americana Delta Airlines que, em dois períodos curtos, ambos este ano, suspenderá seus voos que partem do Recife e Fortaleza rumo a Atlanta, nos Estados Unidos.
Embora a TAM não tenha data para a retomada do voo, tanto ela quanto a Delta classificam as suspensões como temporárias.
O diretor comercial da TAM, Klaus Kuhnast, explica que a parada do voo Recife-Paris, conexão que era mantida desde 18 de novembro de 2005 com partidas às sextas e retorno aos domingos, foi tomada com base em vários fatores: retração do mercado por causa da conjuntura econômica, demanda baixa de passageiros locais pela rota e também questões tributárias.
Klaus comenta que o voo São Paulo-Recife-Paris realiza o que em aviação se chama voo de cabotagem: uma rota internacional em que o avião, ao entrar no País, distribui os passageiros em mais de um aeroporto.
Por causa dessa característica do voo, o diretor afirma que a companhia é onerada tanto no custo do combustível quanto em tarifas aeroportuárias. “A partir de agosto, perderemos um desconto de 19% na tarifa de cabotagem.
Enquanto um voo doméstico paga R$ 3 mil, pagaremos R$ 8 mil.
Sem falar no imposto do combustível, que terá uma diferença de 30% no que passaremos a pagar.
Se o voo é internacional e vai direto, fica mais barato.
Mas, como a TAM faria um trecho nacional, perderia o desconto e pagaria como voo doméstico”, continua o executivo da TAM.
A Delta vai parar seu voo Recife-Atlanta a partir de 2 de setembro.
Retoma a rota de 6 a 19 de outubro e, após nova parada, reiniciará a operação em definitivo a partir de 15 de novembro.
O voo Recife-Fortaleza-Atlanta começou com quatro frequências (quantidade de voos) semanais.
Mas em pouco tempo foi desmembrado e cada capital ganhou três voos exclusivos por semana.
O Recife, no entanto, chegará ao final do ano com apenas dois, pois um deles será remanejado para a rota Brasília-Atlanta.
As frequências dependem de autorização das autoridades federais de cada País.
A portuguesa TAP já havia anunciado a suspensão temporária de uma de suas frequências da rota Recife-Lisboa, que passou a contar com seis voos semanais.