Deu no Terra O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), vai apresentar mais duas denúncias no Conselho de Ética contra o senador José Sarney (PMDB-AP) por quebra de decoro parlamentar, totalizando seis ações da liderança contra o presidente do Senado.

Desta vez, o tucano Arthur Virgílio teve o apoio do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), subscrevendo a denúncia.

Arthur Virgílio denuncia Sarney com base em duas reportagens publicadas nesta quarta-feira nos jornais Folha de S.Paulo e Correio Braziliense.

A primeira afirma que o senador Sarney vendeu terras na divisa de Goiás com o Distrito Federal sem pagar os impostos.

Segundo Virgílio, se tratou de uma “nebulosa transação que agride a lei da ordem tributária”.

A segunda reportagem denuncia que um agente da Polícia Federal, Aluísio Guimarães Filho, cedido pelo Palácio do Planalto para o gabinete de Sarney, passava informações privilegiadas da PF ao grupo do filho de Sarney, o empresário Fernando Sarney, investigado na Operação Boi Barrica, no Maranhão.

O senador Arthur Virgílio afirma que o presidente Sarney feriu o artigo 325 do Código Penal. “Revelar fatos de que se tem notícia, em razão do cargo que ocupa e que deva permanecer sob sigilo, configura mais uma vez a forma incestuosa com que o senhor José Sarney e seu grupo político-empresarial tratam a coisa pública”, afirmou Virgílio.

Representações José Sarney tem esfrentado escândalos desde que assumiu a presidência do Senado.

As denúncias contra ele se agravaram quando foi descoberta a existência de atos secretos - decisões administrativas que não receberam a devida publicidade durante a gestão do ex-diretor-geral Agaciel Maia.

Gravações telefônicas divulgadas pelo jornal O Estado de S.

Paulo mostram Sarney tratando da contratação do namorado de sua neta, nomeado para um cargo na Casa por ato secreto.

As denúncias levaram o PSDB a protocolar três representações contra Sarney ontem, no Conselho de Ética do Senado.

Um dos documentos pede a apuração do suposto envolvimento do presidente do Senado na edição dos atos secretos, incluindo as gravações da Polícia Federal com a voz do senador Sarney negociando a contratação do namorado da neta.

Outra representação pede a apuração da suposta facilitação à empresa do neto José Adriano Cordeiro Sarney para operar no sistema de crédito consignado da Casa.

O terceiro documento trata da acusação de que Sarney teria mentido no Plenário sobre a responsabilidade administrativa da Fundação José Sarney.