Da Agência Estado A Prefeitura de São Paulo não utiliza todas as vagas que o governo federal põe à disposição do município para o programa Bolsa-Família.
Hoje, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 327.188 famílias pobres da cidade poderiam estar recebendo o benefício.
Mas, de acordo com a lista de pagamento deste mês, ele só chega a 193.276 famílias (59% do total).
E por que as outras 133.912 famílias que poderiam ser beneficiadas não recebem?
Em Brasília, os responsáveis pelo Bolsa-Família lembram que a administração do programa em cada município compete à prefeitura, evitando fazer críticas diretas à administração do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Indiretamente, porém, são comuns as manifestações de estranheza.
Na semana passada, ao comentar o recadastramento de parte das famílias beneficiadas, que está em curso no País, a responsável pelo programa, Lúcia Modesto, secretária nacional de Renda e Cidadania, acentuou que em todos os municípios existem listas de famílias aguardando vaga no Bolsa-Família.
Ou seja, a demanda é alta.
E é por causa disso, disse ela, que o programa está sendo ampliado.
Vai passar dos 11,4 milhões de famílias atuais para 12,9 milhões até o fim de 2010.
No embalo dessa ampliação, anunciada em abril, o Município de São Paulo ganhou 123 mil novas vagas para serem usadas neste ano - o que resultou no total de 327.188 vagas disponíveis.
Na prefeitura, o administrador de empresas Vladimir Cesar Valentim, encarregado de administrar o Bolsa-Família no município, critica essa análise.
Para ele, a soma das vagas disponíveis não deveria incluir a parcela de 123 mil que o governo federal abriu neste ano, porque a prefeitura não teve condições de pôr essas vagas à disposição das famílias carentes. “A portaria é de abril e o primeiro lote de vagas só foi liberado em maio”, explicou Valentim.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.