(Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem) De Cidades / JC Mil oitocentos e trinta e oito alunos do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar (PM), que tiveram o treinamento questionado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), começaram a atuar nas ruas, na condição de estágio supervisionado.
Eles participaram de uma solenidade onde foram apresentados, na manhã de ontem, no Quartel do Derby, área central.
Os novos soldados foram distribuídos pelo Recife e Região Metropolitana.
Depois de cinco meses de aulas, 3.054 alunos já estão atuando em todo o Estado.
Mil duzentos e dezesseis, no interior.
Os soldados ficarão 23 dias trabalhando nas ruas, com a orientação de supervisores, passando por uma avaliação, até o dia 17 de agosto. “Este estágio supervisionado consiste em submeter os alunos a eventos a que foram treinados, de uma forma prática, nas ruas”, disse o comandante Geovane Melo.
Desde abril, o Ministério Público abriu um inquérito civil para avaliar o treinamento dos alunos da PM.
O promotor Westei Conde, responsável pela investigação, chegou a enviar um ofício para o governo do Estado, recomendando que os novos policiais não fossem enviados para as ruas.
Como a recomendação não foi aceita, o promotor enviou uma notificação ao secretário de Defesa Social (SDS), Servilho Paiva, ou ao secretário em exercício, para que esclarecimentos sejam prestados, na próxima quinta-feira.
No dia seguinte haverá uma audiência pública.
Conde disse que mais um passo do MPPE já foi dado. “Na audiência, trataremos de obter subsídios e informações adicionais, no que se refere à qualidade do policiamento ostensivo dos soldados.
Além disso, discutir alternativas ao modelo implementado pela SDS no curso de formação.
Queremos colocar agentes com capacitação adequada nas ruas”, afirmou.
Em contrapartida, o secretário executivo da SDS, Cláudio Lima, disse que não há nada de errado com a formação dos soldados. “Não se pode falar em má formação dos alunos, pois trabalhamos atendendo a uma sistemática, que segue a matriz curricular nacional. É preciso estar fundamentado em questões técnicas, através de critérios legais e substanciais”.
Para os alunos, a carga horária e o conteúdo das aulas foi mais do que suficiente. “Sinto-me preparado para ir às ruas, embora o Ministério Público tenha dito que o tempo de nossas aulas foi insuficiente para formar policiais.
Consegui assimilar tudo e a partir de agora é só aprimorar aquilo que eu aprendi”, assegurou o aluno do Curso de Formação, Washington Rosemberg Charles da Silva, 23 anos.
Maria Suelene da Silva, 30, diz ter gostado do curso. “Nossos instrutores fizeram o que puderam para nos preparar, mesmo com pouco tempo”, afirmou.