(Dalcio / Chargeonline.com.br) Da Agência Estado O Senado pediu abertura de processo administrativo disciplinar contra os ex-diretores Agaciel Maia (diretoria-geral), João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) e outros cinco servidores por suposto envolvimento no escândalo dos atos secretos.
O pedido, segundo a Agência Senado, foi feito pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no último dia 6.
Também o Ministério Público Federal pediu a quebra de sigilo bancário dos envolvidos na concessão de empréstimos consignados autorizados por Zoghbi.
Segundo reportagem publicada pelo Estado em maio, o pedido foi feito pelo procurador Gustavo Pessanha Velloso, que sugeriu a quebra de sigilo bancário do ex-diretor de RH.
A assessoria de imprensa do MPF do Distrito Federal, no entanto, não confirma se Agaciel e outros servidores tiveram a quebra de sigilo pedida alegando que o inquérito é sigiloso.
Em maio, a PF abriu investigação para apurar os empréstimos consignados.
O inquérito é presidido pelo delegado Gustavo Buque.
O ingresso da PF no caso atende pedido de Velloso.
Zoghbi é acusado de ter articulado em nome de sua ex-babá Maria Isabel Gomes, de 83 anos, a montagem de empresas que prestaram serviços de consultoria a bancos interessados em negociar com o Senado contratos de empréstimos de crédito consignado.
A polícia apura, ainda, a ligação de um neto do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), com o esquema dos contratos de consignados.
José Adriano Cordeiro Sarney é dono da Sarcris, que operou no Senado nos últimos anos.
Agaciel, Zoghbi e José Adriano negam qualquer irregularidade.
Sarney nega interferência em favor do neto.
Diálogos Uma sequencia de diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica, revela a prática de nepotismo explícito pea família Sarney no Senado e amarra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), ao ex-diretor-geral Agaciel Maia na prestação de favores concedidos por meio de atos secretos.
Em uma das conversas, o empresário Fernando Sarney, filho do parlamentar, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.
Em conversa com o filho, alvo da investigação, Sarney caiu na interceptação.
Segundo a gravação, o senador se compromete a falar com Agaciel para sacramentar a nomeação.
O namorado da neta foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.