Por Augusto Coutinho A oposição ao Governo do Estado vem sistematicamente avisando que a gestão Eduardo Campos só existe no papel e nas placas publicitárias.
Essas, aliás, proliferam na mesma proporção em que teimam em tentar mostrar o que não existe.
São pura propaganda, espuma ao vento.
Aluno aplicado do presidente Lula, o governador, no entanto, insiste no expediente de querer passar de grande gestor, realizando comícios pelo interior, de indisfarçável teor eleitoral, nos quais já inaugurou até placa de uma obra que não tinha sido sequer começada.
Por outro lado, na penúria de ter o que mostrar, a atual gestão continua a aplicar o mais abjeto estelionato eleitoral: credenciar a si mesma obras da gestão passada. É assim com a refinaria, com o estaleiro, com a Hemobrás, entre outras.
A máscara, no entanto, começa a cair.
Não era possível fazer tanta espuma impunemente.
Em matéria publicada ontem, o Jornal do Commercio fez um apanhado das promessas do governador e constatou o que é a realidade do nosso Estado: está tudo atrasado.
Da redução da conta de luz, bravata eleitoral que o então candidato usava ad nauseam, à construção dos três hospitais, perto de finalizar seu terceiro ano, o governo não tem o que mostrar.
Quanto à luz, esbarrou naquilo que sempre alertamos: os reajustes são definidos pela Aneel, agência do governo federal, sobre a qual os estados não têm qualquer tipo de controle ou gerência.
A questão dos hospitais é mais emblemática.
Tenho falado, cobrado e escrito constantemente sobre o assunto.
A saúde de Pernambuco está um caos.
E o que o governo quer dar a entender é que os três hospitais resolverão tudo.
Estão todos atrasados.
O pior, porém, é que os que já existem encontram-se abandonados e sucateados, sem gestão.
Os exemplos da matéria são muitos.
Praticamente em todas as áreas os projetos do governo são ainda papel e nada mais.
Até a refinaria enfrenta problemas com graves denúncias de superfaturamento.
Agora, há pouco mais de um ano para a próxima eleição, o governo tenta acelerar a gestão.
Até torço que consiga, Pernambuco sairia ganhando se o atual governo conseguisse dar prosseguimento ao que fizemos no Estado durante os dois governos anteriores.
Mas infelizmente não vejo muitas perspectivas de sucesso.
Muita coisa depende do PAC de Lula – que também está pra lá de atrasado – e o próprio Governo do Estado tem acusado o golpe da perda de arrecadação decorrente da crise.
Enfim, o governador não tem o que mostrar, não tem o que comemorar, não tem uma marca administrativa significante.
Espero, porém, que ao menos ele tenha aprendido uma lição: como costumo sempre dizer, entre fazer uma promessa e conseguir torná-la realidade a distância é muito grande.
Augusto Coutinho (DEM) é líder da oposição.