A Prefeitura do Recife apresentou, na manhã deste sábado (18), uma proposta de renda para os catadores da Muribeca, devido ao fechamento do aterro.
Na reunião, os secretários de Serviços Públicos, José Humberto Cavalcanti, e de Coordenação Política de Governo, Roberto Arrais, informaram que os recicladores receberão um benefício de até um salário mínino, cestas básicas e capacitações para serem inseridos no mercado formal de trabalho.
O encontro, que aconteceu na sede da DLU, também contou com a presença do presidente da Emlurb, Carlos Muniz, e do diretor de Limpeza Urbana da Emlurb, Paulo Padilha.
De acordo com José Humberto Cavalcanti, o benefício de até um salário mínimo será concedido a aproximadamente 1.000 catadores durante três meses, mas esse período pode ser prorrogado. “Ao sermos impedidos de construir a Central de Triagem e com a possibilidade de se fechar o aterro da Muribeca, buscamos uma solução em conjunto com os catadores.
Fizemos várias reuniões com representantes da categoria e hoje fechamos um acordo.
O auxílio beneficiará 77% destes trabalhadores e será pago a partir da primeira semana de agosto”, detalhou.
Nas próximas quarta, quinta e sexta-feira, a prefeitura vai ao aterro da Muribeca para distribuir as cestas básicas, ampliar o cadastro dos recicladores e providenciar a emissão de documento para quem não possuir. “Fizemos o cadastro dos catadores em dezembro do ano passado.
Vamos acrescentar algumas pessoas que, na época, estavam doentes e não se inscreveram.
Também queremos adicionar ao cadastro informações socioeconômicas destes trabalhadores.
Com isso, será possível atender melhor alguns casos, como o de pessoas com deficiência”, argumentou José Humberto Cavalcanti.
Ainda durante o encontro, Roberto Arrais disse que a PCR está trabalhando para antecipar o cronograma de implantação do Projeto Lixo Tem Valor, desenvolvido pelo consórcio Recife Energia.
Parte dos catadores passaria a trabalhar na unidade de transbordo montada na cidade, separando o material reciclado do não reciclável.
Pelo projeto, a concessionária vai gerir de 60% a 70% de lixo produzido pelo Recife, durante 20 anos, aplicando um tratamento ecologicamente adequado ao material.
O secretário Coordenação Política de Governo também frisou que a PCR vai lutar pela construção de um aterro público, administrado através de um consórcio metropolitano de destinação final de resíduos sólidos. “Vamos continuar defendendo a possibilidade de construímos o novo aterro público na Muribeca com a Central de Triagem para vocês [catadores] serem inseridos neste mercado de trabalho de forma adequada, prezando pela saúde de cada um”, afirmou Roberto Arrais, complementando que apenas se aguarda uma decisão da Justiça para retomar as obras.