Por José Maria Nóbrega O que vem acontecendo no Senado e as atitudes do Presidente Lula, demonstram que a ideologia passa a ser apenas um recurso utilizado quando serve para interesses eleitoreiros.

Quando Joseph Schumpeter, em sua crítica a teoria clássica da democracia rousseauniana, advertiu que a mesma nada mais era que uma fraseologia utilizada por políticos demagogos que tinham como interesse, na verdade, atrelar votos a sua pretensão de vencer eleições, estava totalmente correto.

Boa parte dos políticos utiliza a estratégia maquiavélica para almejar seus fins.

Se a ideologia socialista, moralista, ética for interessante para alcançar dividendos eleitorais, ótimo!

Mas, se para manter o poder, ou alcançar a vitória em um pleito eleitoral, for necessário utilizar de mecanismos exclusos para tal fim, por que não? É o que se observa nas ações do “grande guia”.

O PT e os petistas fazem o que Lula quer.

Se for para apoiar o atraso na política no intuito de vencer eleições, se faça!

Não medir esforços para manter o Sarney na presidência do Senado, abraçar e acariciar Fernando Collor, fazer discursos elogiando Renan Calheiros - todos estes políticos que representam o atraso regional da política coronelista e retrógrada que reporta a períodos da República Velha -, qual o mal nisso?

O que importa é vencer as eleições e manter o “projeto” de governar o país com o discurso da dita “governabilidade”.

O Lula se diz corintiano, mas se for vantagem eleitoral mudar de time, virar palmeirense, por exemplo, não duvido nada que o faça!

O PT perdeu sua identidade, se é que um dia teve, e vem mantendo uma política de alinhamento ao “grande guia” que mais lembra o Partido Nacional Socialista Alemão (isso mesmo, o NAZI!), onde nenhum membro do partido pode ir de encontro ao que o líder aponta como certo, pois certamente será punido!

Por isso, devemos ficar atentos!

Ideologia no Brasil só serve quando é útil, ou seja, quando ajuda no discurso eleitoral.

Esquerda ou direita, centro-direita, centro-esquerda, tudo isso perdeu a razão de ser para um pragmatismo pelo poder, sem levar em consideração o bem comum (que é difícil de ser definido) e o respeito à democracia.

José Maria Nóbrega é Mestre e Doutorando em Ciência Política - UFPE, Pesquisador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas e da Criminalidade (NICC-UFPE) e Professor Universitário Dissertação aponta que democracia brasileira é um regime de “fachada”