Sem censura e sem retratação No Blog de Fred Vasconcelos Ao determinar que José Simão se abstenha de fazer referências à atriz Juliana Paes, confundindo-a com a personagem “Maya”, da novela “Caminho das Índias”, o juiz João Paulo Capanema de Souza, do Rio de Janeiro, afirmou em despacho não ver “ofensa ou aspecto pejorativo” nas considerações do colunista “sobre a ‘poupança’ da atriz ou sobre o fato de sua bunda ser grande”, já que “sua imagem esteve e está à disposição de quem quisesse e ainda queira ver”, e qualificá-la “nos limites do tolerável”.
Mas o magistrado considerou que o colunista ofendeu “a moral da mulher Juliana Couto Paes, seu marido, sua família”, ao “jogar com a palavra “casta” e dizer que Juliana “não é nada casta”.” “É censura.
A pessoa não pode determinar quando e o que falar dela.
Isso tolhe totalmente a liberdade de expressão”, afirmou o colunista. “Na hora em que estava escrevendo, achava que estava elogiando a atriz.
Não quero me retratar”, disse.
Segundo Simão, “a imagem que Juliana Paes passa para o Brasil é que ela é a ‘gostosa’, e que todo homem fica ‘babando’.
Não vejo por que o termo ‘casta’ ofende uma mulher moderna, liberada, atriz da Globo.
Para mim, casta é pudica, e eu não admiro pessoas castas. É coisa medieval”, afirmou.
As advogadas Taís Gasparian e Mônica Galvão, que representam a Folha, consideram que a decisão do juiz “trata o humor como ilícito e, no fim das contas, é a mesma coisa que censura”.