Quem diria!

Nas eleições de 1989, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Melo, ambos candidatos à Presidência da República, eram inimigos mortais.

Pode se transformar em lenda as palavras que Collor disse, na campanha, que seu opositor, o ex-líder sindical Lula, mergulharia o País num “banho de sangue”, caso fosse eleito. Às vésperas da eleição, ele veiculou imagens de Miriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, dizendo que o petista havia pedido a ela que fizesse um aborto, num episódio considerado por muitos como decisivo para a derrota do PT.

Mas, como em política até vaca voa, em visita à cidade de Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, o presidente Lula elogiou generosamente o ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Agradeceu o apoio que tem prestado ao Governo no Congresso e chegou até mesmo a comparar seu nome ao do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961). “Quero fazer justiça ao senador Collor e ao senador Renan, que têm dado sustentação ao governo em seu trabalho no Senado”, disse Lula.

Renan Calheiros (PMSB-AL), que foi derrubado da presidência do Congresso em 2007, em meio a um escândalo envolvendo um lobista, não estava presente para agradecer.

Permaneceu em Brasília, ajudando o amigo José Sarney (PMDB-MA), também ameaçado de perda do cargo.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.