(Foto: Alexandre Severo / JC Imagem) De Política / JC Prefeito de João Alfredo e ex-dirigente do PP, Severino Cavalcanti resistiu o quanto pôde, mas terminou formalizando o apoio do seu partido ao senador Sérgio Guerra.

Não engolia o fato de o PSDB ter sido seu adversário na eleição para prefeito em 2008. “Essa questão foi superada”, garantiu, ontem, passando na cara do tucano que ele “errou”.

Severino também temia desagradar ao governador Eduardo Campos (PSB).

Mas, pressionado, aderiu.

Separou-se da filha, Ana Cavalcanti, que por ter cargo no governo ficou de fora do arrastão do PP.

Severino diz que valeu a pena, pois o seu partido agora “está nos jornais”. “Pelo menos eu não estava sendo ouvido por vocês aqui.

Já é a prova de uma vitória”.

PERGUNTA – Por que o senhor resistiu?

SEVERINO CAVALCANTI – Tenho recebido muito apoio do governador.

Se (o ato do PP) fosse contra ele, não estaria aqui.

Mas era para dar luz ao partido.

Você vê que a manchete todos os dias agora nos jornais é o PP.

São as posições que Eduardo (da Fonte) tomou.

O partido está sendo visto e antes estava obscuro, ninguém falava no PP.

PERGUNTA – O preço pode ser alto.

O Palácio sinaliza apoio a Armando Monteiro e João Paulo para o Senado.

SEVERINO – Não tenho razões para apoiar João Paulo, mas para ficar com o meu partido e com o governador.

Tenho certeza que ele (o governador) sabe da nossa lealdade.

Estive no Palácio na sexta, antes de tomar essa decisão, mas não o encontrei.

Queria ouvi-lo.

Vejo com simpatia o nome de Armando.

Agora, apoiar um João Paulo já é diferente, porque ele só pensa nele, é egocêntrico.

A gente não faz política com quem é fechado.

PERGUNTA – O Palácio vai reagir?

SEVERINO – Cada um pensa de uma maneira.

Esse pessoal do PSB, principalmente da direção, só quer saber do isolacionismo.

Nós não fomos procurados para nada.

Nós, então, tomamos uma posição.

PERGUNTA – E o PP ganha o que com isso?

SEVERINO – Pelo menos eu não estava sendo ouvido por vocês aqui.

Já é a prova de uma vitória.

PERGUNTA – Como o senhor vê as denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)?

SEVERINO – Eu vejo o problema para ele analisar.

Cada um tem sua vida.

Não tenho dúvida que a inteligência de Sarney vai mostrar que houve algum equívoco e ele tem que consertar.