Nesta quarta (15), Pernambuco finaliza o primeiro pólo eólico e dá passo importante para implantação de uma cadeia produtiva de energia limpa no Estado.

A Eólica Tecnologia e o grupo espanhol Gestamp preparam-se para receber os componentes das 15 turbinas que formarão os três parques de geração de energia alternativa a serem instalados no Agreste e Zona da Mata Norte, mais precisamente nas cidades de Pombos, Gravatá e Macaparana.

As turbinas são do fabricante dinamarquês VESTAS.

Com um investimento total no projeto (que além da aquisição dos componentes, montagem das turbinas e logística de transporte, inclui infraestrutura de acesso – estradas - e de conexão elétrica nas áreas onde será implantado) de R$ 150 milhões, as centrais terão capacidade total de 25 MW, energia que será vendida à Eletrobrás segundo prevê a licitação pública vencida pela Eólica em 2002, dentro do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), do Governo Federal.

O projeto faz parte ainda do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A implantação das Centrais Eólicas representa o maior investimento já realizado fora da Região Metropolitana do Recife (RMR) e deverá ser financiada pelo Banco do Nordeste do Brasil através do Programa BNB /FNE- Verde.

E de acordo com o diretor financeiro do grupo Gestamp, Alejandro Burgaleta, o projeto pernambucano é o primeiro de uma série de investimentos na área de energia eólica que a empresas fará no Brasil.

As Centrais Eólicas gerarão 65 mil MWh anualmente, eletricidade suficiente para abastecer uma população de 150 mil pessoas (admitindo residências de baixa renda com consumo de 140 kWh/mês) e deverão iniciar a operação em dezembro deste ano.

Os dois navios que trarão peças da Dinamarca, Espanha e Índia irão atracar no Porto de Suape.

Quando montada, cada turbina terá 70 metros de altura (o equivalente a um prédio de 30 andares) e 82 metros de diâmetro.

A chegada dos componentes marca o início da etapa final do projeto, que precisou de 10 anos para ser viabilizado.

Durante esse tempo, além dos estudos técnicos que apontaram as melhores áreas para abrigar os parques – ou seja, as cidades com as maiores jazidas de vento - as duas empresas, com recursos próprios, construíram todo o acesso rodoviário para pólo: cerca de 10 quilômetros de estrada.

A conexão elétrica necessária para escoar a eletricidade produzida pelas centrais para o sistema Eletrobrás também ficou a cargo da parceria entre Eólica e Gestamp.

Só nessa primeira etapa de implantação, 200 empregos foram gerados.

Com a finalização do projeto, Pernambuco assiste também o começo da composição de uma cadeia produtiva de geração de energia eólica.

Afinal, os três parques irão unir forças com as fábricas de aerogeradores do grupo argentino Impsa Wind e da de torres eólicas dos espanhóis que controlam a RM Eólica Pernambucana, ambas instaladas no Porto de Suape.

Sem contar a participação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), referência na área de pesquisa de geração de energia alternativa. “Há ainda o know-how pernambucano nos setores industriais de metal mecânica e eletroeletrônico.

Trata-se de uma revolução.

Quando estiver toda estruturada, a cadeia produtiva irá gerar de mil a 1,2 mil empregos de alta qualificação técnica e maior remuneração.

Ou seja, geração de muitos postos de trabalho e de muita renda no Estado”, conclui o diretor presidente da Eólica Tecnologia, Everaldo Alencar, que também é vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica - cuja sede fica na cidade de Bonn, na Alemanha – e professor da UFPE.

EÓLICA TECNOLOGIA Empresa pernambucana com 10 anos de mercado e atuação nacional, a Eólica Tecnologia é líder no desenvolvimento de Centrais Eólicas no País.

Atualmente, fornece consultoria em 70% dos projetos do Proinfa de energia eólica e está participando do leilão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) com 500 MW habilitados, certame que irá ocorrer em novembro deste ano.

GESTAMP O grupo espanhol é um dos maiores na área de energia eólica da Europa.

Está presente em 15 países do mundo, com atuação destacada na Espanha, Turquia, Grécia, Europa Oriental e Estados Unidos.

Possui mais de 1.000 MW em implantação.

O projeto Centrais Eólicas é o primeiro investimento do grupo no Brasil. *Maiores informações sobre energia eólica: www.wwindea.org (site oficial da Associação Mundial de Energia Eólica)