De Política / JC Os partidos da base de sustentação ao Palácio do Campo das Princesas reclamam, mas o PP mantém a decisão de apoiar a reeleição do senador Sérgio Guerra (PSDB), que vai estar em uma coligação adversária à do governador Eduardo Campos (PSB) em 2010.

O deputado federal Eduardo da Fonte reafirmou ontem que formaliza na manhã de hoje a iniciativa, ao lado do tucano, na sede do partido, na Rua dos Navegantes, em Boa Viagem.

O apoio antecipado – cerca de um ano e três meses antes da eleição – gerou reação das legendas governistas, mas o parlamentar garante o “reconhecimento a um dos melhores senadores do País”.

Embora Eduardo da Fonte se mantenha firme na decisão, o apoio a Sérgio Guerra ainda não é consenso no PP.

O grupo do ex-deputado federal e atual prefeito de João Alfredo (Agreste), Severino Cavalcanti, não vê a adesão com bons olhos. os dois tinham um encontro marcado para o início da noite, na casa do vereador do Recife Roberto Teixeira, genro do deputado federal cassado Pedro Corrêa.

Mas a reunião foi remarcada para mais tarde – já no processo de fechamento desta edição.

Em João Alfredo, Severino rivaliza com o ex-prefeito Sebastião Mendes (PSDB).

O tucano já administrou o município por quatro vezes, mas foi derrotado no ano passado numa briga acirrada, cuja diferença foi de 763 votos. “É uma questão local que pode ser contornada”, minimiza Eduardo da Fonte.

Severino já teve o controle do PP no Estado, mas perdeu terreno para o correligionário.

Assim que Eduardo da Fonte anunciou o apoio a Guerra, deixando a outra vaga ao Senado ainda em aberto, aliados próximos ao governo tentaram reverter o processo, mas foi em vão.

Um interlocutor foi designado para uma conversa com o deputado no fim de semana, na tentativa de frear o apoio.

Mas não recebeu sequer o retorno do líder do PP.

Os partidos aliados alegam que a iniciativa foi precipitada, já que o governador segue o mantra de só falar de eleição em 2010.

Ontem, o presidente estadual do PTB e um dos cotados ao Senado na chapa da reeleição de Eduardo Campos, Armando Monteiro Neto, apontou contradição no “estranho” apoio. “Como um partido define um candidato que está em outro campo, sem saber ao menos quem serão os candidatos na coligação do governador?”, questionou.

Já o presidente do PSB em Pernambuco, Milton Coelho, que já havia censurado a “precipitação”, disse que preferia esperar o anúncio antes de acrescentar novos comentários.

Em Pernambuco, a ala do PP ligada a Eduardo da Fonte mantém o controle das indicações para o Metrô do Recife (Metrorec), antes sob o domínio do PSB.