Por Aristides Santos Pernambuco não tem uma secretaria específica para tratar dos assuntos ligados à agricultura familiar.
Por isso, vem perdendo para estados como Ceará e Maranhão, que já criaram suas respectivas secretarias de desenvolvimento territorial, a exemplo do que acontece no governo federal (Ministério do Desenvolvimento Agrário).
Ao contrário, em nosso estado a secretaria de agricultura trabalha com um público que não é o agricultor familiar, sem orientação específica, com a oferta de assistência técnica dividida entre empresários do “agro business” e trabalhadores rurais, e sem tecnologia dirigida que chegue com eficiência aos agricultores.
Durante as capacitações oferecidas por órgãos do governo, percebemos que os técnicos não têm preparo para lidar com o agricultor familiar e sua linguagem não condiz com a realidade social e econômica do agricultor.
Se as equipes de técnicos trabalhassem de forma mais dirigida, os agricultores familiares estariam mais qualificados em suas ações de acesso ao crédito, produção e comercialização e o índice de inadimplência seria menor.
No estado do Ceará, desde que a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) foi criada, o acesso dos agricultores ao Programa Garantia Safra já chega a mais de 200 mil, enquanto que em Pernambuco não se consegue ultrapassar a casa dos 30 mil.
Os agricultores de lá foram capacitados para o acesso ao crédito e com apoio da assistência técnica os prejuízos com as produções das safras têm sido muito menores e, com eles, cai também o número de inadimplentes.
A criação de uma secretaria específica para tratar dos assuntos ligados à agricultura familiar, entre outros, fazem parte da pauta do GRITO DA TERRA PERNAMBUCO, organizado pela Fetape e que acontece próxima terça(14), quando cerca de 6000 agricultores vão caminhar em marcha pelas ruas do centro de Recife em direção ao Palácio do Campo das Princesas para receberem do governador Eduardo Campos uma resposta para uma pauta contendo mais de trinta reivindicações para o campo.
Aristides Santos é presidente da Fetape