No Valor Online RIO - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu hoje erros em seu currículo que, até a semana passada, estava disponível na página eletrônica do ministério.
Porém, partiu para o ataque ao se defender das acusações de que teria havido maquiagem das informações.
Dilma ressaltou que houve erro do Lattes, o mais conceituado banco de dados acadêmico do país. “Na Lattes tem um erro, dizendo que fiz Ciências Sociais.
Nunca coloquei isso em currículo nenhum”, garantiu a ministra. “Estamos levantando de onde saiu que eu fiz Ciências Sociais.
Eu fiz Economia”, acrescentou.
Sobre o curso de doutorado, na Universidade de Campinas (Unicamp), a ministra garantiu ter cumprido todos os créditos e que a única pendência foi a tese de conclusão de curso em Ciências Econômicas.
Segundo ela, a universidade não informa quando um aluno é jubilado, o que teria ocorrido em 2004, data posterior à produção do currículo que estava na internet, que datava de 2000. “Em 2000 eu era secretária de Energia (do RS) e não tinha mais vida acadêmica.
Mas eu era doutoranda, pois não tinha sido jubilada”, afirmou.
Dilma reiterou que o Ministério já corrigiu as duas informações erradas, tanto com relação ao doutorado, quanto ao mestrado, cursado no final nos anos 70.
A ministra revelou que, na época, também teria cumprido todos os créditos depois de morar dois anos e meio em Campinas com a filha.
De acordo com ela, um dos professores de controle de provas da época foi o hoje presidente do BNDES, Luciano Coutinho. “Não concluí (o mestrado) pelo mesmo motivo.
Estava trabalhando.
Não é possível supor que uma secretária de estado possa concluir uma tese”, ponderou Dilma.
Reportagem publicada semana passada na revista Piauí apontava para cursos concluídos de mestrado e doutorado na Unicamp e que não havia registro na universidade da conclusão dos cursos pela ministra.
Sobre o andamento do PAC, Dilma considerou que o governo tem sido bem sucedido na execução das obras. “Se considerarmos que o Brasil é uma Suíça, está lento.
Como o Brasil não é uma Suíça, acho que conseguimos, nas principais obras, acelerar o PAC”, disse a ministra, que participou de evento para assinatura de contratos para obras de saneamento básico no valor de R$ 587 milhões no Estado do Rio de Janeiro.