Deu na Folha de S.
Paulo BRASÍLIA - Único instrumento de fiscalização das contas bancárias mantidas em sigilo no Senado, a comissão interna formada por um senador e dez servidores é uma peça de ficção.
O grupo, que não se reúne há pelo menos cinco anos, é integrado por funcionários que não mais pertencem aos quadros do Senado e até um por servidor morto em 2005.
Trata-se de Celso Aparecido Rodrigues, diretor financeiro do Senado.
Ele foi designado para o Conselho de Supervisão do SIS (Sistema Integrado de Saúde) em agosto de 2003.
Morreu dois anos depois.
Em tese, o colegiado deveria analisar as movimentações de três contas criadas para gerir as contribuições mensais dos funcionários que aderiram ao plano de saúde do Senado.
Mas na prática essa tarefa coube exclusivamente ao ex-diretor-geral Agaciel Maia. “Nunca participei de qualquer reunião desse conselho”, disse ontem um de seus integrantes, o ex-diretor-geral Alexandre Lima Gazineo.
O jornal “Folha de S.
Paulo” revelou ontem que as contas bancárias - duas no Banco do Brasil e uma na Caixa -têm saldo de R$ 160 milhões e são movimentadas constantemente - neste ano, já foram sacados R$ 6 milhões.
Os saques são feitos sem controle.