Evaldo Costa, sobre Ronildo Nunca trabalhei com Ronildo, mas guardo com alegria a convivência sempre fraterna que mantive com ele nos últimos trinta anos.
Lembro quando, ainda estagiário do JC, o conheci numa madrugada típica da Nova Portuguesa.
Era o ano de 1979 e eu, gaguejante diante do monstro sagrado, perguntei o que fazer para escrever bem. “Escreva muito, escreva todo dia, o dia todo.
Mas apure bem e só escreva o acredita ser verdade”, disse ele.
Apesar de ter cumprido na íntegra a recomendação, nunca alcancei o patamar de excelência que sonhava.
Falha minha, não do mestre, que foi um dos maiores jornalistas pernambucanos de todos os tempos e, além disso, escrevia maravilhosamente bem.
A importância de Ronildo é tamanha que nem se pode dizer ter ele fundado uma escola.
Na verdade, ele próprio era uma escola que sobrevive nos profissionais que formou diretamente ou inspirou com seu estilo e seu compromisso com a profissão.
Embora tenha enveredado por muitos afazeres, ele é um caso clássico do jornalista irredutível.
Nunca quis fazer nada que não fosse jornalismo.
Numa entrevista que concedeu, definiu como o pior período de sua vida a época em que, por pressão do regime militar, foi impedido de trabalhar em jornal.
Não por coincidência, foi este também o pior período da história do jornalismo em Pernambuco.
Evaldo Costa Secretário de Imprensa do Governo de Pernambuco