Na Folha de São Paulo O procurador da República em São Paulo Rodrigo de Grandis protocolou ontem, na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, a denúncia final no inquérito da Operação Satiagraha, desencadeada há quase um ano, em 8 de julho de 2008.
O inquérito aberto pela Polícia Federal investigou o banqueiro Daniel Dantas e executivos do grupo Opportunity por supostos crimes financeiros.
Agora o juiz federal responsável pelo caso, Fausto Martin De Sanctis, decidirá se acolhe ou não a denúncia.
Em caso positivo, os investigados se tornariam réus, e um processo seria aberto.
O juiz poderá também solicitar novos esclarecimentos ao Ministério Público.
A Folha apurou que, até a noite de ontem, ele não havia decidido a respeito do assunto.
O inquérito tramita em segredo de Justiça e o conteúdo da denúncia não foi divulgado.
Procurado, De Grandis informou que não iria se manifestar e que maiores informações seriam dadas pela assessoria de imprensa da Procuradoria.
A Operação Satiagraha, uma força-tarefa formada em 2007 pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, investigou Dantas, o Opportunity, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, entre outros.
A operação gerou três inquéritos.
A denúncia entregue ontem se refere ao chamado “inquérito-mãe”, que trata dos supostos crimes de gestão fraudulenta e contra o sistema financeiro.
O relatório parcial feito pelo delegado da PF que assumiu o caso após a queda do delegado Protógenes Queiroz, em julho de 2008, Ricardo Saadi, indiciou Dantas.
Em um segundo inquérito, Dantas foi denunciado no ano passado por De Grandis.
O banqueiro foi condenado a dez anos de reclusão pelo juiz da 6ª Vara, Fausto De Sanctis, por suposta corrupção ativa.
Dantas recorreu da sentença.
O terceiro inquérito trata do chamado “grupo de Nahas”, ainda em andamento.
O advogado de Daniel Dantas, Andrei Schmidt, disse ter recebido a informação de que o inquérito foi devolvido ontem ao Judiciário, mas não sabia se havia denúncia ou não contra o seu cliente.