Ronildo Maia Leite era um professor nas redações porque, sem ditar regras, dava o exemplo, com palavras simples e objetivas.

Numa delas, sempre disse aos jovens repórteres que, para buscar a verdade, era preciso sempre multiplicar as perguntas.

Ou seja, cruzando um dado com outro, uma versão com outra, descobrindo contradições, acabava por aproximar-se das questões de fundo.

A maioria dos jornalistas capengas. por preguiça, costumam casar com o interesse de uma única fonte e pousam de bem informado, quando não passam de moleques de recado.

No trato pessoal, lembro de sua reação quando lhe contei, maravilhado, que havia ganho um prêmio Esso.

Só um?

Eu tenho 3!

Vá buscar os outros, rapaz.

Ronildo sabia injetar inspiração nas pessoas, como um bom mestre, sem nunca ser arrogante.