No Congresso em Foco Depois de mais de quatro horas, foi encerrada há pouco a reunião no Palácio da Alvorada entre o presidente Lula e a bancada do PT para discutir a situação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), frente à crise institucional que pode levar o peemedebista à renúncia ou afastamento do cargo – como já sugeriram partidos como PSDB, DEM, PDT e Psol.

Os 11 senadores presentes – apenas Flávio Arns (PR) não compareceu à residência oficial – evitaram dar declarações antes das 10h de hoje (sexta, 3), quando o líder petista Aloizio Mercadante (SP) dará uma entrevista coletiva sobre o que foi conversado com Lula no fim da noite desta quinta-feira (2).

Ex-ministra do Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (AC) deixou a residência presidencial no mesmo carro em que estavam Eduardo Suplicy (SP), que desceu do veículo oficial para falar com a imprensa, e Tião Viana (AC) – este, candidato petista derrotado por Sarney na eleição da Mesa Diretora do Senado, em fevereiro.

Marina disse ao Congresso em Foco que a bancada reiterou a orientação de sugerir o afastamento de Sarney da presidência, como forma de minimizar a crise.

Os petistas avaliam que, longe do foco de ataques e das investigações em curso sobre os desmandos no Senado, a situação da base aliada se tornaria menos delicada. “A única coisa que eu posso dizer é que a bancada reiterou a posição para o presidente Lula”, revelou Marina, confirmando o horário da coletiva de Mercadante. “Vai ter uma coletiva amanhã, na liderança, que o senador Aloizio Mercadante vai dar.” Um interlocutor do presidente disse que Lula fez uma longa exposição sobre as razões que justificariam a permanência de Sarney no posto, dizendo não considerar tão delicada a situação do cacique peemedebista.

Lula ressaltou a importância que Sarney tem junto à classe política, e enfatizou que ele – com seu séqüito de 19 senadores – é peça fundamental para a governabilidade no Congresso.

Principalmente no Senado, onde o equilíbrio de forças entre governo e oposição é evidente (apenas PSDB e DEM, dois dos principais partidos de oposição, têm 27 representantes cada – 13 e 14, respectivamente). “Por uma questão de respeito a todos vocês que ficaram até agora, o líder Mercadante avaliou que eu lhes trasmitisse, com todo o carinho, respeito e amizade, que ele falará amanhã de uma maneira mais completa possível, e responderá a todas as perguntas”, esquivou-se Suplicy, referindo-se à imprensa, que esperava há horas uma definição, do lado de fora do Palácio.

Segundo Suplicy, cada um dos 11 senadores fez seu relato ao presidente, externando o sentimento em relação à permanência de Sarney na presidência, bem como acerca do contexto da crise no Senado. “O presidente ouviu a todos com muita atenção.” O petista disse ainda que Lula e Sarney devem se reunir, provavelmente, já nesta sexta-feira (3), mas ainda sem horário definido.

Depois disso, nova reunião da bancada do PT, na terça-feira (7), para reavaliar a situação com base na conversa dos dois líderes políticos.

Mais aqui.