De Política / JC A deputada estadual Elina Carneiro (PSB) pediu a suspeição da promotora de Defesa do Patrimônio Público de Jaboatão dos Guararapes Dalva Cabral.

Há um mês, Dalva e a colega de promotoria Raimunda Nonata Borges abriram um inquérito civil para apurar a eventual participação da parlamentar na falsificação da assinatura de um procurador municipal, liberando-a de uma dívida de cerca de R$ 800 mil.

Alega que há “inimizade” de Dalva contra ela e pelos “vínculos pessoais e sentimentais” da família da promotora com políticos locais adversários, sem citar nomes.

Suspeição ocorre quando há dúvidas de que profissionais do direito não possam exercer as funções com imparcialidade ou independência por inimizade capital ou amizade íntima com as partes.

Caso seja acatada, Dalva seria afastada das investigações.

A suspeição foi requerida no último dia 25, junto com a defesa da parlamentar no inquérito civil, mas só informada ontem por nota da deputada.

Elina solicita que a própria Dalva reconheça a suspeição.

Garante, em defesa, não ter participado da falsificação.

Que “alguém, interessado em gerar efeitos políticos negativos” a efetuou.

E argumentou a impossibilidade funcional de promotores investigá-la.

Como deputada, só o procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, teria a prerrogativa de apurar fatos relacionados a parlamentares.

Mas Varejão já declarou: promotores podem investigar deputados acusados de improbidade, um tema civil.

A competência exclusiva é só em matéria penal.

Dalva não quis comentar a iniciativa de Elina.

Apenas disse “desconhecer” vínculos entre seus parentes e políticos locais.

Caso a promotora não acate a suspeição, o caso será decidido pelo procurador-geral de Justiça, cargo máximo do Ministério Público.

Mas, mesmo decidindo pelo afastamento de Dalva, o inquérito contra Elina deve continuar na Promotoria de Defesa do Patrimônio de Jaboatão, sob a responsabilidade da promotora Raimunda Borges.