Por Edilson Silva Estive hoje no final da manhã no auditório do Hospital da Restauração para acompanhar mais uma assembléia dos profissionais de saúde do Estado, que já estão na terceira semana de greve.

O motivo da greve é justíssimo: reivindicam piso salarial de pouco mais de R$ 900 (hoje é de R$ 415 para o nível básico); concurso público para preencher as vagas existentes (a proporção atendente/paciente deveria ser de 1 para 8, mas atualmente em Pernambuco esta relação chega a 1 atendente para cada 17 pacientes, mais que o dobro); dentre outras reivindicações não menos justas.

A resposta do governo Eduardo Campos às justas e inadiáveis reivindicações dos servidores da saúde em greve foi de uma irresponsabilidade digna de quem não tem nenhum interesse em combater o caos em que se encontra a saúde pública em nosso estado.

Eduardo Campos mandou cortar os salários e os vales-transporte de todos os servidores da área.

Uma provocação em forma de truculência, um desrespeito ao direito de greve dos trabalhadores e aos setores organizados da sociedade que tentam participar da vida política do país através de sua auto-organização.

O governo atual, com esta medida, assemelha-se ao anterior, tratando os movimentos sociais na base da força e da asfixia.

O que virá depois, o corte da consignação dos sócios do SINDSAÚDE, a exemplo do que o governo Jarbas/Mendonça fez com o SINDIFISCO e o SINTEPE?

Os servidores da saúde em greve merecem e precisam de todo apoio da população pernambucana nesta luta desigual, pois se debatem em defesa de uma saúde pública com um mínimo de qualidade para o conjunto da população. É esta solidariedade e apoio que o PSOL vem levando às categorias em greve, marchando junto pelas ruas de Recife, como fizemos hoje após a assembléia, chamando a atenção da população para a grave situação pela qual estão passando.

O governo Eduardo Campos precisa rever imediatamente esta medida insana de corte dos salários dos servidores e ao mesmo tempo buscar construir as condições para abrir um canal produtivo de negociação com os sindicatos, nem que seja numa perspectiva de gradativamente atender às demandas, mas é preciso uma sinalização clara do governo de que os servidores terão uma porta de saída para as duras condições em que são obrigados a trabalhar, condições em muitos casos desumanas.

A situação da saúde pública em nosso estado é um caso de calamidade pública, de emergência, e para estes casos a desculpa de que não há recursos tem o mesmo efeito de uma renúncia às funções de governar.

Eduardo Campos sabia das condições desta área quando prometeu as soluções.

A sociedade agora lhe cobra publicamente.

PS: Edilson é presidente PSOL/PE e escreve para o Blog de Jamildo com exclusividade.