(Foto: Bernardo Soares/JC Imagem) Nesse fim de semana, um fato lamentável marcou o primeiro dos dois dias do espetáculo Hamlet, de William Shakespeare, no Teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O drama aconteceu na plateia, enquanto no palco uma ótima encenação acontecia.
Confira no trecho da matéria da repórter Fabiana Moraes, do Caderno C, publicada no Jornal do Commercio de hoje, o que aconteceu.
Lamentável… “TÔ NEM AÍ” Infelizmente, a reportagem do JC só conferiu as primeiras duas horas de espetáculo.
Depois do intervalo, o fotógrafo Bernardo Soares, que cobria a peça a serviço do jornal, foi abordado pelo produtor Sérgio Martins e puxado para fora do teatro, com Martins segurando as alças que sustentam a câmera.
Apesar de ter se identificado, informado que estava a trabalho e a convite da assessoria de imprensa local, Soares foi quase obrigado pelo produtor, que chamou os seguranças, a apagar as fotos. “Não quero nem saber, não tô nem aí, quero que se f*”, dizia Martins.
Por pouco, não houve agressão.
Antes de a peça iniciar, um aviso informa que a platéia não pode fotografar. É uma proibição necessária e que evita fãs mais afoitos a atrapalhar a peça.
Tal proibição, porém, normalmente, não se estende aos profissionais, que estão ali divulgando o espetáculo a convite da própria produção.
Soares passou por um constrangimento e foi tratado como um espectador mal-educado que infrigia as regras e realizava imagens para si próprio, não como um profissional que cumpria seu papel em comum acordo com a assessoria local da peça.
Por uma absurda falta de comunicação entre esta e a arrogante produção carioca, foi coagido e desrespeitado.
Tal experiência extratextual de Hamlet nos deixa, ao menos, uma lição: o podre, mesmo com apoio de um banco Prime, não se resume ao reino da Dinamarca.
PS: Com a palavra, a produção do espetáculo.
PS 2 (às 12h51): O fotógrafo, quando fez as imagens, estava na plateia, não se aproximou do palco e nem sequer usou flash.
Outro detalhe é que ele estava a trabalho, convidado pela assessoria de imprensa e se identificou na entrada do teatro.
Sem falar que, qualquer pessoa da produção que estivesse na porta do teatro perceberia que se tratava de um fotógrafo, pois ele usava colete com todo o equipamento.