De Cidades/JC A Secretaria de Administração confirmou, na tarde de ontem, que vai cortar o salário dos servidores da Saúde, em greve desde o dia 10 de junho.
O governo assegurou que os grevistas só vão receber pelos dias trabalhados.
Aqueles funcionários que não aderiram ao movimento também acabaram sendo punidos.
Para fazer o levantamento do ponto dos 18 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e assistentes de saúde, o governo resolveu não pagar os salários hoje, como deveria ocorrer.
O dinheiro só será depositado dia 6 de julho.
Apenas os médicos vão receber normalmente.
A justificativa oficial é de que a folha de pagamento dos médicos é desvinculada do restante dos servidores. “Não entendo como o governo pune todos dessa maneira.
Sou enfermeira da emergência do Hospital da Restauração.
Não faltei nenhum dia de trabalho, mas, mesmo assim, não tem dinheiro na minha conta.
O governo deveria ter se planejado melhor e ter punido apenas os grevistas”, informou a profissional, que preferiu não ser identificada, por temer represália.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração informou que os servidores terão até amanhã para assinar um termo de adesão se comprometendo a retornar ao trabalho, além de compensar o período parado.
Os que atenderem ao chamado, vão receber o salário integral no próximo dia 6.
As medidas foram publicadas sexta-feira no Diário Oficial.
A portaria prevê que as vagas correspondentes aos servidores que não retornarem ao trabalho serão preenchidas mediante contratação temporária.
A categoria reivindica melhores condições de trabalho, concurso público e revisão do Plano de Cargos e Carreiras, além de reajuste salarial.
A proposta é aumentar os vencimentos para R$ 919, para os profissionais de nível básico, R$ 1.150, para os de nível médio, e R$ 2.290, para os de nível superior.
Durante todo o dia de ontem, a diretoria do sindicato foi procurada para comentar o assunto, mas não atendeu aos telefonemas.
Quanto ao atendimento dos pleitos de repercussão financeira, a Secretaria de Administração ressaltou a disposição do Estado “em continuar dialogando com a categoria na busca de uma resolução conjunta, tão logo haja alteração no cenário financeiro.” Por meio de nota, o governo informou que, somando-se as campanhas salariais de 2007 e 2008 (com impacto em 2009 e 2010), o servidor da saúde teve um ganho significativo em seu poder aquisitivo.