(Foto: José Cruz/ABr) Por Sérgio Montenegro Filho, de Política / JC O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) é, de fato, o único nome com chances reais de garantir a vitória das oposições na disputa pelo governo do Estado em 2010.
Essa é a conclusão a que finalmente chegaram, na semana passada, integrantes do alto escalão da antiga União por Pernambuco.
Os recentes atritos entre tucanos e democratas, deflagrados pelas críticas do deputado federal José Mendonça (DEM) ao senador Sérgio Guerra (PSDB) – que na sua opinião estaria assumindo um posicionamento “dúbio” em relação ao governo Eduardo Campos (PSB) – provocaram novas reflexões, nada animadoras, por parte de representantes dos quatro principais partidos da antiga aliança jarbista (PMDB, DEM, PSDB e PPS), que comandou por oito anos o Executivo estadual.
Embora não admitam publicamente, esses caciques praticamente jogaram a toalha, faltando ainda mais de um ano para a definição de candidaturas.
Instigados a sugerir outras alternativas para enfrentar o fortíssimo palanque de Eduardo Campos (PSB), todos admitem – alguns sob certo constrangimento – não dispor, nas suas fileiras, de nenhum outro nome com peso suficiente para abalar a quase certa reeleição do governador, que além de contar com aliados fortes, a começar pelo presidente Lula (PT), goza de bons índices de popularidade no Estado.
Uma alternativa foi colocada há algumas semanas pelo deputado José Mendonça, que foi buscar um nome fora da política: o executivo Marcos Magalhães, bem conceituado presidente do conselho consultivo da Phillips do Brasil.
A aceitação, porém, ficou aquém das expectativas do parlamentar.
E como o DEM trabalha incansavelmente para reeleger Marco Maciel ao Senado, a lista de possibilidades da legenda ficou bem restrita.
Entre os peemedebistas, a opção Raul Henry é sempre lembrada.
Afilhado político de Jarbas, o jovem deputado federal vem sendo preparado para um vôo mais alto, mas em 2010 não deve ser acionado como majoritário.
O PMDB não pretende arriscar uma derrota que estrague o bom resultado obtido por Raul na disputa municipal de 2008 no Recife, quando ficou em terceiro lugar, com 16,4% dos 1,1 milhão dos votos apurados.
Nas hostes do PSDB, a hipótese de Sérgio Guerra trocar a disputa à reeleição no Senado pela cabeça de chapa – opção sugerida até por Jarbas Vasconcelos, logo após a disputa municipal de 2008 – não foi de todo descartada.
Mas seu grupo político evita falar abertamente no assunto, preferindo insistir em coro na candidatura do próprio Jarbas.
Até para tentar dirimir as dúvidas levantadas pelos aliados quanto à fidelidade ao bloco oposicionista.
Outros nomes circulam internamente no PSDB.
Nenhum, porém, com chances reais de vencer a disputa.
Um dos cogitados é o deputado federal Bruno Araújo.
Parlamentar da ala tucana mais jovem, tem demonstrado boa atuação na Câmara, mas ainda carece de força política para uma briga majoritária.
O mesmo ocorre com a sugestão oferecida pelo PPS, o deputado federal Raul Jungmann, que também foi recebida sem muito entusiasmo pelos caciques da aliança.
Ex-ministro do governo FHC, o pós-comunista enfrentou a disputa pela Prefeitura do Recife em 2004, mas sequer conseguiu consolidar uma segunda candidatura no ano passado. “Se não for Jarbas, quem quer que coloquemos na disputa vai ser visto como mero boi de piranha.
Eduardo vai ser reeleito por aclamação”, resume, em tom fatalista, um dos articuladores da União por Pernambuco.