Da Efe, em Buenos Aires Os argentinos vão às urnas em eleições legislativas, na metade do mandato da presidente Cristina Fernández de Kirchner e com sinais de contração econômica, após seis anos consecutivos de forte crescimento.
A votação se iniciou às 8h deste domingo (28).
Há 27,7 milhões de eleitores habilitados (ou 70% da população), para um pleito que elegerá metade das cadeiras do Câmara dos Deputados (127 de 257 vagas), um terço do Senado (24 cadeiras de 72), e cadeiras em legislativos, provinciais e municipais.
Há irritação do setor agropecuário pela pressão fiscal, motivo da sequência de greves do ano passado, e que culminou em forte descontentamento da população de classe média.
Ao mesmo tempo aumentam as críticas ao Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).
O órgão governamental tem sido muito questionado há dois anos, e seus indicadores já começam a mostrar em conta-gotas o impacto da crise global.
O descrédito do Indec faz com que muitos duvidem dos cálculos sobre pobreza na Argentina e afeta os interesses dos credores da dívida soberana do país, de US$ 127,5 bilhões.
Os analistas dão como certo que o governo peronista de Cristina perderá a maioria no Parlamento no pleito de amanhã.
Mas também preveem que o bloco governista Frente para a Vitória se manterá como a maior bancada, frente a uma oposição formada por alianças de conservadores com peronistas dissidentes e grupos de centro-esquerda aliados à União Cívica Radical, partido mais antigo do país.
A oposição denuncia manipulação dos indicadores econômicos oficiais, que no caso da inflação podem ser até três vezes menores que os de empresas de consultoria privada.