Por Paulo Augusto, de Política / JC A troca de cobranças envolvendo o deputado federal José Mendonça (DEM) e o PSDB – iniciada pelo Democrata, que se queixou do bom relacionamento que o senador Sérgio Guerra (PSDB) tem com o governador Eduardo Campos – parece não preocupar muito, ao menos momentaneamente, o PMDB, outro partido aliado, que compõe a antiga União por Pernambuco.

Lideranças peemedebistas procuraram minimizar o episódio, declararam achar normal que Guerra tenha uma relação de amizade pessoal com o governador, mas atentam que a rusga não pode ser prolongada por muito tempo.

Anteontem, José Mendonça fez duras críticas, na Coluna Pinga-Fogo, do JC, ao que chamou de “comportamento dúbio” do senador tucano, o que provocou duras reações por parte de diversos integrantes do PSDB.

O deputado federal Raul Henry – cujo nome é ventilado como possível candidato ao governo do Estado em 2010 caso o senador Jarbas Vasconcelos realmente desista da disputa – diz que o importante neste momento é trabalhar na construção da unidade entre os partidos. “Temos condições de ter uma chapa competitiva, mas é preciso administrar esses ruídos internos”, alertou o deputado federal.

Henry admite que a disputa proporcional pode ter motivado a postura de José Mendonça, mas diz que “ainda é cedo para esse debate.

Ele será adequado quando a chapa majoritária já estiver definida”, frisou.

Sobre a relação entre Sérgio Guerra e Eduardo Campos, o deputado federal aparentou não estar preocupado, mas disse esperar que o tucano reafirme, mais adiante, que estará no lado da oposição. “O senador Sérgio Guerra tem sempre afirmado que está do lado da oposição.

Quando o processo avançar, vai ficar muito claro que a eleição em Pernambuco terá dois lados.

E esperamos que o senador reafirme que está do nosso lado”.

O presidente do PMDB, Dorany Sampaio, por sua vez, não quis opinar a respeito da briga. “Não quero me meter nessa história.

São dois partidos aliados e prefiro deixar que eles se entendam”, afirmou.

Mesmo assim, disse não ver problemas na relação entre Sérgio Guerra e Eduardo Campos. “Considero a relação natural.

Inimigo é uma coisa adversário político é outra.

Eu mesmo sou amigo de pessoas do PT, por exemplo.

Não se pode misturar relação pessoal com relação política”, ponderou.

Por sua vez, a deputada estadual Jacilda Urquiza também acredita que a formação das chapas para as eleições proporcionais motivou a reação de Mendonça em relação a Sérgio Guerra.

Mas acredita que tudo vai se resolver tranquilamente. “É coisa de política.

A disputa proporcional deve ter motivado as palavras de José Mendonça, porque cada um quer defender o seu, mas não vejo nenhuma aresta nesta discussão.

Nessas horas sempre aparece alguém que coloca um molho, que apimenta uma questão, mas não é nada demais.”