Da Agência Brasil Rio de Janeiro - O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (24) que os depoimentos dados à imprensa por Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, sobre a Guerrilha do Araguaia, confirmam as versões de camponeses.

Em seus arquivos, mostrados ao jornal O Estado de S.

Paulo, o oficial do Exército durante a ditadura militar afirmou que 41 guerrilheiros foram executados por militares na região. “O que posso dizer, neste momento, é que os arquivos do Curió confirmam integralmente os depoimentos que têm sido dados pelos camponeses.

Ou seja, que teve sim, o confronto entre o Estado e a guerrilha, que teve uma grande vítima, nesse processo: além daqueles que foram assassinados pelo regime, também foram vitimados os camponeses da região”, disse Tarso, em visita ao Rio de Janeiro.

Segundo ele, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) deverão entrar em contato com o major Curió, para, se possível, colherem o depoimento do militar.

O ministro não quis se pronunciar sobre a criação de um grupo de busca aos desaparecidos do Araguaia, pelo Ministério da Defesa, em maio deste ano.

O grupo, que é coordenado pelo Exército e tem o objetivo de buscar os corpos de eventuais camponeses, guerrilheiros e militares desaparecidos nos confrontos, recebeu críticas da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculada à SEDH. “Essa é uma tarefa do ministro Jobim [Nelson Jobim, da Defesa].

O Ministério da Defesa está definindo o cumprimento de uma ação judicial, que já transitou em julgado, para a entrega dos corpos.

Se o ministro Jobim precisar, nós integramos imediatamente a Polícia Federal nessa comissão e podemos ajudar”, afirmou Tarso Genro.