Ines Andrade, de Política/JC A reaproximação do núcleo político do ex-prefeito João Paulo ao seu sucessor na Prefeitura do Recife, João da Costa (PT), visa o fortalecimento da atual gestão.
Depois de um afastamento do grupo, seus integrantes voltaram recentemente a se articular e – para mostrar que não estão brigados –, aparecem publicamente juntos, em almoço hoje, às 13h, no restaurante Porto Ferreiro.
João Paulo assume que o papel do grupo é de “ajudar”.
João da Costa lidou com sucessivas dificuldades na Prefeitura, desde que assumiu o posto, em janeiro deste ano.
Costa argumenta que os obstáculos são inerentes à implantação de um novo governo, mas os problemas enfrentados – desde o embate com os ambulantes da Orla de Boa Viagem, passando pela irregularidade na coleta do lixo, pelas críticas da oposição e pelas declarações de insatisfação de gente da base do governo – afetaram a imagem da sua administração, que terá papel importante no projeto de reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). “Havia necessidade.
Temos a clara compreensão da importância e da articulação (do núcleo), que sempre me ajudou a resolver problemas mais difíceis e conflituosos.
Ele sempre teve papel importante, de ajudar”, admitiu ontem o ex-prefeito.
Semana passada, João Paulo já tinha declarado a necessidade de o núcleo “se encostar” no prefeito.
Alegou que seus membros não estavam se reunindo como antes por motivos de agenda.
Ele estava tocando os seus projetos pessoais e o presidente da Câmara dos Vereadores, Múcio Magalhães (PT), estava dedicado àquela Casa.
Mas algumas manifestações dos seus integrantes expuseram os desentendimentos internos.
Em entrevista à Rádio JC/CBN Recife, João Paulo comentou a redução das atribuições da secretária de Gestão Estratégica e Comunicação, Lygia Falcão, que hoje está à frente somente da comunicação do governo municipal.
Em seguida, a própria Lygia concedeu entrevista ao JC revelando as inseguranças e confusão existentes na atual gestão, ainda na fase de transição.
NOVA AMEAÇA Ontem, João Paulo falou do seu depoimento à revista Carta Capital, que foi às bancas no sábado, e revelou que teve encontro com o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, antes mesmo de viajar para a Áustria, no início do mês, o que permitiu um acerto entre os dois políticos, de alas adversárias do PT. À revista, João Paulo confessou ter pensado mais uma vez em sair da legenda. “Tivemos um momento difícil no partido, em nossas relações”, contou ao JC.
As opções consideradas eram partidos aliados, como o PCdoB ou PSB.
Essa fase de atritos ocorreu em virtude dos diferentes interesses dos líderes do PT frente às eleições 2010.
O clima tenso tornou-se público em maio, com declarações da ala de Humberto de que o ex-prefeito estava sofrendo de ansiedade. “Havia, num primeiro momento, um sentimento de incompatibilidade.
Sentia que o ambiente era ele (Humberto) ou eu dentro do partido”.
Hoje, porém, João Paulo ressalta que o clima é outro, foi retornado.