De Política/JC Escândalos.
Polêmica.
São marcas que têm acompanhado a deputada estadual Elina Carneiro (PSB) desde que assumiu o mandato, em 2007.
E todas relacionadas com a Prefeitura de Jaboatão, administrada duas vezes pelo pai dela, Newton Carneiro (PRB), entre 1997 e 2000 e entre 2005 e 2008.
As denúncias contra a parlamentar já renderam seis atos do Poder Público anulando, condenando ou determinando a apuração de atos em que Elina teria ligação ou é tida como beneficiária.
Ela teve contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas, responde a uma ação por improbidade administrativa, está entre os investigados em um inquérito civil, um criminal e uma sindicância administrativa, e ainda é citada pelo próprio pai como intermediadora de um contrato anulado pela prefeitura por suposta irregularidade (veja arte abaixo).
O epicentro dos escândalos foi a extinta Fundação Yapoatan.
O nome dela é citado em dois casos de fraude na entidade que resultariam em prejuízo de cerca de R$ 1,8 milhão aos cofres municipais.
A Justiça impediu a tempo o pagamento.
O primeiro caso refere-se a uma cobrança judicial de R$ 800 mil de dívida da parlamentar com o erário.
A Procuradoria de Jaboatão acusou a falsificação da assinatura do procurador municipal Edson de Sousa Melo em um documento, que a liberaria da dívida.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a investiga por ela ter sido beneficiária da irregularidade.
A segunda fraude é o escândalo da indenização R$ 960 mil que a Yapoatan pagaria a Solange Lopes Carneiro, irmã de Elina: R$ 800 mil para Solange e R$ 160 mil de honorários advocatícios.
A indenização seria por um acidente de trabalho, que depois ficou provado que fora forjado.
A ex-advogada da fundação, Fernanda Casado Lima, afirmou que a deputada teria lhe “sugerido” não questionar o valor.
A deputada tachou de “mentira” a declaração e chegou a processar a advogada por calúnia, mas já coleciona duas decisões desfavoráveis na Justiça.
E Elina é apontada por Newton como responsável pela contratação do advogado Mário Gil Rodrigues pelo município, sem licitação, mesmo a prefeitura contando com procuradores concursados.
O erário teria desembolsado R$ 300 mil ao advogado e ainda ficaria devedor até 2010 de royalties de petróleos.
Em dois anos de mandato, Elina teve uma forte evolução patrimonial.
Em 2006, ela informou à Justiça Eleitoral não ter bens.
Dois anos depois, amealhou um patrimônio de R$ 1 milhão.
Seu salário como deputada (R$ 12,3 mil) no período somou R$ 296,7 mil.
A deputada informou, em novembro, que conseguiu tudo através de economias.
Elina nega as irregularidades.
Diz que nunca tratou do contrato com Mário Gil nem da indenização a Solange.
Sobre a rejeição das contas pelo TCE, alega que não fora notificada para apresentar defesa e que não houve desvio os recursos.
O TCE nega o cerceamento de defesa.