De Política / JC A decisão do Tribunal de Contas, rejeitando o novo edital do lixo apresentado pela Prefeitura do Recife no início deste mês, repercutiu imediatamente na Câmara Municipal.
A oposição já articula a reapresentação, na próxima segunda-feira (22), do requerimento que cria uma comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as relações entre a PCR e a empresa Qualix.
Agora, o grupo utilizará como argumento os novos questionamentos do TCE. “A Prefeitura está brincando com um problema sério.
Na audiência pública que tivemos aqui com os secretários, eles disseram que as recomendações do TCE iam ser atendidas, mas os erros (no novo edital) são os mesmos”, criticou a líder da bancada de oposição, Priscila Krause (DEM).
No início de maio, a vereadora Aline Mariano (PSDB) deu entrada na proposição que criava a CPI do Lixo e conseguiu rapidamente o apoio de quatro parlamentares da base de apoio ao prefeito João da Costa (PT): Estefano Menudo (PHS), Josemi Simões (PHS), Maguari (PDT) e Marcos di Bria (PTC).
A pressão do governo, no entanto, “convenceu” os aliados a retirarem as assinaturas.
Para aprovar a criação da CPI, são necessários apoios de, no mínimo, 13 parlamentares.
Na época, Maguari comentou que a polêmica era “bronca pesada”, mas não explicou a afirmação. “Semana que vem vamos tentar reeditar a CPI, até porque, a partir de agora, como ficará a coleta?”, questionou Aline.
A tucana também acompanhou Priscila Krause nas críticas à gestão municipal: “Isso é prova da falta de gerenciamento e competência da Prefeitura”, acrescentou.
Em contrapartida aos ataques da oposição, o líder do governo na Câmara, Josenildo Sinésio (PT), minimizou o retorno da possível instalação da CPI na pauta da Casa. “Essa CPI é só pirotecnia.
A oposição sabe que isso não vai para canto nenhum e que essa tentativa só serve para fazer espetáculo para o público”, disse.
Em relação à decisão do TCE, Josenildo preferiu não tecer comentários, justificando que ainda precisa informar-se melhor do fato para poder se pronunciar. “Vou pedir informações à Prefeitura para depois emitir opinião, mas tenho certeza que os questionamentos vão ser respondidos e a oposição não tem nada a ver”.
Os problemas com a coleta e a destinação do lixo - esta última provisoriamente solucionada - incitaram na Câmara, mês passado, pesadas críticas dos oposicionistas à gestão petista.
Nesse contexto, o grupo criou um boneco intitulado “João Lixão”, semelhante ao “João Buracão” - nacionalmente conhecido através do Fantástico, da TV Globo.
Enquanto “João Lixão” era barrado na Câmara e fazia visitas a comunidades da Zona Norte, o prefeito não comentava os impasses relacionados ao lixo.