Da Agência Brasil Brasília - O líder do Democratas no Senado, Agripino Maia (RN), sinalizou hoje (18) que o partido está disposto a devolver à base do governo a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito das organizações não governamentais (CPI das ONGs) em troca da instalação da CPI da Petrobras.
Nas últimas semanas, os governistas têm condicionado o início dos trabalhos da CPI da Petrobras à devolução da relatoria da outra comissão a um senador da base.
A expectativa da oposição é de que com o recuo não haja mais “pretexto” para não instalar a CPI da Petrobras. “Em nome do clamor maior e reconhecendo com humildade que somos minoria, mas entendendo que é nossa obrigação investigar, estamos dispostos, e já conversei com o PSDB, a negociar a relatoria da própria CPI das ONGs com o compromisso de que se instale a CPI da Petrobras”, afirmou Maia.
O impasse teve início quando os partidos da base do governo no Senado indicaram o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) para a CPI da Petrobras.
Com isso, ele teria que deixar de ser membro titular da CPI das ONGs, na qual era relator.
Numa manobra regimental, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da CPI das ONGs, decidiu nomear, sem consultar os governistas, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) para relatoria do colegiado.
Senadores da base do governo alegaram que a decisão de Heráclito era uma quebra de acordo, uma vez que a oposição só obteve a presidência da comissão porque os governistas, maioria na CPI, concordaram.
Com o recuo da oposição em relação à comissão das ONGs, há a expectativa de que a CPI da Petrobras possa ser instalada oficialmente ainda este mês, antes do recesso parlamentar de julho. “Temos que instalar a comissão [da Petrobras] e essa próxima semana é fulcral para que haja o entendimento, que não houve até agora, e que não foi por nossa culpa”, argumentou o líder do DEM. “O líder Romero Jucá já me colocou que, se abríssemos mão, falando português claro, da relatoria da CPI das ONGs, eles concordariam em instalar a CPI da Petrobras.
Precisamos fazer isso logo”, completou Maia.