De Cidades/JC Em greve desde o dia 10 deste mês, servidores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Seguridade Social de Pernambuco (Sindsaúde-PE) prometeram endurecer a paralisação, caso a administração estadual não abra negociações até hoje. “Amanhã (hoje), se o governo não nos chamar para discutir as reivindicações, vamos radicalizar nas emergências.
Isso significa diminuir ainda mais o pessoal”, afirmou a coordenadora-geral da entidade, Perpétua Rodrigues, em ato público promovido, ontem, pelo Fórum dos Servidores Estaduais, na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe).
Caso isso ocorra, o efetivo de 30% que hoje atua nas emergências será reduzido quase pela metade. “O atendimento hoje feito por dois ou três funcionários será realizado por um”, disse a coordenadora do Sindsaúde.
Segundo ela, hoje, a partir das 7h30, haverá um ato no Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga, Zona Oeste do Recife. “Vamos entrar nos setores e tirar os servidores de dentro”, disse.
Apenas alguns serviços nas unidades de tratamento intensivo (UTIs) e casos mais graves da emergência devem ser mantidos.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que caso haja redução de pessoal, todas as medidas possíveis para manter as emergências funcionando serão tomadas.
A SES ressaltou, no entanto, que a conduta anunciada pelo Sindsaúde descumpre normas de greves, que determinam manutenção de, pelo menos, 30% dos serviços de urgência.
Ontem, o Sindsaúde e servidores de diversos setores da administração estadual, entre eles, Educação e Polícia Civil, realizaram paralisação de advertência de 24 horas, pela segunda vez este mês.
O ato, iniciado à zero hora de ontem e finalizado à zero hora de hoje, foi mais um capítulo do impasse entre servidores e governo do Estado em relação à campanha salarial 2009.
Pela manhã, cerca de 500 trabalhadores protestaram em frente ao prédio da Alepe, na Rua da Aurora, área central do Recife.A manifestação, ao som de zabumba e triângulo, foi batizada de Forró da Indignação e teve o objetivo de sensibilizar deputados estaduais a atuar como intermediários nas negociações.“A remuneração de Pernambuco é uma das piores do Brasil.
Existem 3.500 servidores no Estado que precisam receber abonos para que seus vencimentos alcancem o valor de um salário mínimo”, declarou o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenador do Fórum de Servidores Estaduais, Paulo Rocha. “O governo diz que não pode dar reajuste por causa da crise, mas à sociedade diz que o Estado está preparado para a crise desde o ano passado. É um contrassenso.” Na próxima segunda-feira, acontecerá a segunda rodada de negociações. “Caso não tenhamos uma proposta concreta do governo, vamos preparar um novo calendário de reivindicações e, discutir a possibilidade de greve geral”, antecipou Rocha.