Por Adriana Guarda, de Economia/JC “Não vamos fazer a refinaria (Abreu e Lima) a qualquer preço”.

O recado foi dado, ontem no Recife, pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, numa referência aos valores apresentados pelas empresas brasileiras nas licitações para construção e montagem da unidade de refino de Suape.

O executivo avisou ainda que, se necessário, poderá abrir a disputa para companhias internacionais.

Recentemente, a Petrobras cancelou cinco licitações, porque os fornecedores chegaram a apresentar preços 100% acima do limite economicamente viável pela Petrobras.

A estatal já recebeu novas propostas para os contratos e deve apresentar o resultado final dentro de 30 dias.

Paulo Roberto esteve ontem no Recife para detalhar o fornecimento do diesel S-50 na Região Metropolitana do Recife. “As empresas brasileiras precisam entender que têm que oferecer preços compatíveis com o que é praticado no mercado internacional.

Caso contrário, talvez a disputa seja aberta para companhias internacionais, para outras empresas, para outros consórcios.

Se as empresas achavam que a Petrobras ia fazer a refinaria com preço excessivo, caíram do cavalo.

Nós temos interesse de entregar a refinaria no menor tempo possível, mas não vamos fazer a qualquer custo”, frisa.

O diretor afirma que as relicitações atrasaram em pelo menos seis meses o cronograma do empreendimento, que passou de agosto-setembro de 2010 para março de 2011.

Ele admite que, se a segunda rodada de licitações não deslanchar, o cronograma vai se alongar ainda mais. “A refinaria é um empreendimento importante para a Petrobras, importante para o Brasil e nem sei que adjetivo usar para falar da importância para Pernambuco.

Mas ela precisa ser construída com um preço justo”, reforça.

Paulo Roberto também destacou que a Refinaria Abreu e Lima não ficou mais cara, conforme tem divulgado a imprensa.

Ele explicou que o valor inicial de US$ 2,5 bilhões, reajustado em seguida para os atuais US$ 4 bilhões, não refletem o custo final porque foram estimados na fase do projeto conceitual (quando o projeto ainda está sendo delineado).

Com a conclusão do projeto básico, que reflete a versão final, é que será fechado um valor.

Segundo o diretor, o projeto básico será concluído em julho.

Até agora, a Petrobras já fechou sete contratos para construção e montagem da refinaria, que somam US$ 3 bilhões, incluindo a compra de materiais e equipamentos.

Do volume empenhado, US$ 333 milhões já foram desembolsados.

As licitações concluídas são para a construção da casa de força, estação de tratamento d’água, edificações, elétrica, instrumentação, tanques e subestação de entrada.

O diretor também comentou os questionamentos de irregularidades apontados pelo TCU na obra da terraplenagem. “Estamos respondendo, mas o TCU está procedendo como se comparasse banana com laranja.

Utilizamos um critério há 20 anos para refinarias e eles estão utilizando uma metodologia do Dnit usada como referência para a construção de estradas”, observa.

Veja os vídeos da entrevista coletiva: Diretor da Petrobras fala de diesel, CPI e polêmico blog Novo prazo para refinaria é março de 2011.

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