Da Capa Dois/JC Entidade envolvida em uma denúncia de improbidade administrativa em Olinda, a Associação de Amigos e Moradores de Ouro Preto (Amop) fechou as portas.
Segundo o vereador de Olinda Ulisses dos Santos de Luna (PCdoB), mais conhecido como Ula – também envolvido no caso e que teve os bens tornados indisponíveis – a entidade está desativada desde que a ação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) foi aceita pela Justiça.
A casa em que a Amop funcionava pertence a uma igreja.
Ao JC, vizinhos do imóvel disseram ontem que a desativação ocorreu em fevereiro.
O vereador, que também era procurador da Amop, garantiu que não houve desvio e que todos os recursos oriundos da prefeitura foram destinados pela entidade a pessoas físicas e jurídicas, que prestaram serviços à Amop.
Ele afirmou que tem guardadas todas as notas para atestar as despesas.
O JC pediu cópia dos documentos e o vereador respondeu que iria consultar seu advogado para saber se podia repassá-las posteriormente.
Ao ser indagado, ele não soube precisar quanto a associação recebeu dos cofres municipais.
Mas contestou o valor apontado pelo MPPE – no total de R$ 256 mil nas duas gestões da ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB), de 2001 a 2008. “Não foi isso tudo, não”, defendeu-se.
Segundo Ula, toda a verba era destinada a cursos de formação e eventos sociais e culturais.
Ele atribuiu as denúncias à disputa política no bairro, mas não quis citar nomes. “A denúncia ao Ministério Público foi anônima, mas sabemos quem foi e os motivos, mas não posso apontar nomes”, disse.
O MPPE alega que o vereador funcionava como pivô do suposto esquema de desvio e não teria comprovado a realização deles ou os teria promovido com valores abaixo dos discriminados.
No segundo mandato consecutivo, Ula ainda não foi notificado pela Justiça para apresentar a defesa.
Em junho do ano passado, ele foi ouvido pelo MPPE.
Segundo a promotora Allana Uchoa de Carvalho, o próprio Ula disse que sacava o dinheiro em espécie na boca do caixa, após pegar os empenhos na prefeitura.
O MPPE processou o vereador, as secretárias municipais Márcia Souto (Patrimônio e Cultura) e Leocádia da Hora (Educação), os ex-secretários Renata Stadtler e Antônio Alves, o ex-chefe de gabinete Gilson Barbosa, o promotor de eventos Hildernando Ferreira de Souza e o presidente da Amop, Fábio Caraciolo Baltar, além da própria entidade e a Luna Assessoria Empresarial, propriedade de Ula.