Em pronunciamento nesta tarde na tribuna do Senado, o presidente da Casa, José Sarney, se disse injustiçado. “É uma injustiça o País julgar um homem como eu”, disparou.
Sarney atribui o recente escândalo dos atos secretos à administração passada. “Nenhum desses atos refere-se a nossa gestão”, defendeu. “A crise é do Senado, não é minha”, disse por mais de uma vez.
Desde o início da gestão Sarney, em fevereiro, vieram à tona denúncias como pagamento de horas extras no recesso e nomeações de funcionários por atos secretos, entre eles parentes do senador. “Sou presidente do senado para exercer uma função política.
Agora mesmo saímos de reunião com presidente do senado francês.
Ele me falou das vantagens que têm os senadores franceses, de passagem.
O que ocorre no Brasil, não pensemos que é uma coisa só nossa não”, disse.
Havia expectativa de que anunciasse medidas de impacto, mas o presidente do Senado limitou-se a enumerar as decisões tomadas desde que assumiu o cargo, em fevereiro, para reduzir os gastos do Senado e para aumentar a transparência da administração da Casa. “Vou levar em frente, doa a quem doer, mas nós iremos em frente.
Iremos fazer do Senado, tanto quanto pudermos, aquilo que todos os senadores desejam: uma Casa respeitada”.
Na tribuna do Senado, ele disse que já prestou muitos serviços ao País. “Eu, depois de ter prestado tantos serviços a esse país, depois de passar pela presidência da República e enfrentar a transição democrática, fui o único governador do Brasil que não concordei com o AI-5.
Quem foi o relator da matéria que acabou com o AI-5?
Fui eu.” “Se temos erros, eu não vou deixar de tê-los.
Mas esses constituem extrema injustiça.” Jarbas diz que não votou em Sarney e nem se arrepende