Da Folha Online Acuado por uma série de desvios administrativos dentro do Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), 79, afirma que não errou ao indicar parentes para cargos na Casa e que não irá renunciar, informa reportagem de Fernando Rodrigues e Valdo Cruz, publicada nesta terça-feira pela Folha. “Olha, eu acho que eu tenho um nome que deve ser julgado com respeito pelo país.

Eu tenho uma biografia, nunca alguém associou minha vida pública ao nepotismo.

Os fatos que colocaram estou mandando examinar.

O que estiver errado, se corrija.

Se eu tiver algum erro, eu sou o primeiro a corrigir.

Mas acho que nunca conduzi de outra maneira que não fosse com correção.” Sarney disse, sem citar nomes, suspeitar de sabotagem interna. “Não descarto essa hipótese.

Até porque falam dos atos secretos, mas só aparecem os meus.

Não tenho provas.” O peemedebista considera necessário mudar regras, mas afirma que erros praticados no passado podem ficar sem punição, pois “cada um deve julgar o que fez de errado e de certo”.

Ele afirmou que vai “exercer [o cargo] até o fim”. “Minha vida foi sempre feita de desafios.” Sarney ainda reafirmou não ter percebido que recebia R$ 3.800 de auxílio-moradia por mês e disse que a nomeação de um neto teria sido à sua revelia.

Sobre as sobrinhas, considera não haver erro. “Não tenho nenhuma responsabilidade sobre o auxílio-moradia.

No caso da minha sobrinha, eu estou assumindo.

Não cometi erro nenhum.

Querer julgar toda a minha vida por eu ter pedido por uma sobrinha de minha mulher, acho extremamente errado, uma injustiça em relação a mim.

Eu deveria ser julgado com mais respeito.

Sou o parlamentar mais antigo neste país.

Estou fazendo um esforço grande na minha idade.”