Por Pedro Romero, do JC CARUARU – As eleições municipais de 2000 marcaram o fim do domínio político do grupo liderado por João Lyra Neto (PDT) e José Queiroz (PDT), que até então se alternavam no poder desta cidade.
Depois de duas tentativas frustadas, o então deputado federal Tony Gel conseguiu uma vitória com cerca de 10% dos votos contra Jorge Gomes (PSB), que na época exercia o mandato de deputado estadual.
Gomes teve o apoio de Lyra na disputa.
O então prefeito foi denunciado pelo MPPE no final da campanha.
O pleito marcou também a reconciliação de João Lyra com José Queiroz, rompidos desde o começo dos anos 90.
O fato foi explorado na campanha de Tony Gel, que frequentemente usava gravações de acusações feitas pelos dois na época em que eram adversários políticos.
Lyra vinha de um mandato de prefeito e poderia ser o candidato, mas deixou a decisão de não disputar para o momento final.
Depois de muitas negociações e polêmicas, a chapa liderada pelo PSB e pelo PDT escolheu o então deputado Jorge Gomes para disputar a Prefeitura de Caruaru.
Foi uma “terceira via”, um nome de consenso dos dois grupos.
A disputa foi dura e os principais candidatos – Jorge Gomes e Tony Gel – chegaram na última semana da campanha empatados com 45% das intenções de votos.
Utilizando bem sua carreira de radialista, Tony Gel conseguiu avançar no final, principalmente pelo melhor desempenho nos debates das televisões.
Além das críticas às antigas brigas de João Lyra e Queiroz, Tony Gel atacava o trabalho de Jorge Gomes como vice-governador de Miguel Arraes (PSB).
Muitos militantes trabalhavam para eleger Jorge Gomes, mas no fundo queriam que o candidato fosse outro, talvez o próprio João Lyra Neto.
Uma parte do eleitorado também desejava uma alternância no poder e apostava na persistência do então deputado Tony Gel.
Essa tendência se expressava nas pesquisas de opinião e também teria sido um dos motivos para que João Lyra e Queiroz abrissem mão da disputa contra Tony Gel, segundo observadores da política da capital do Agreste.