Por Edilson Silva O prefeito do Recife, João da Costa, vai gozar férias em julho próximo, noticia a imprensa.

Pensei que fosse por conta de problemas de saúde, o que seria absolutamente compreensível.

Mas não, trata-se, segundo o próprio prefeito, de um recesso particular que estava programado desde janeiro.

Esta atitude do prefeito dá razão aos que denunciam sua inaptidão para o cargo.

O prefeito de uma cidade, sobretudo de metrópoles como Recife, não pode jamais ser um mero administrador da coisa pública, pois para isto existem os técnicos e seus auxiliares.

O prefeito deve ser um líder político, um dinamizador coletivo, o primeiro a chegar e o último a sair.

Numa cidade com um povo sacrificado, com demandas graves e inadiáveis saltando aos olhos, com servidores insatisfeitos, o prefeito deveria ser um exemplo de abnegação, na proa da embarcação.

Nossa cidade está passando por situações de emergência com as chuvas, uma crise no recolhimento e tratamento do lixo, crise econômica abalando os cofres da municipalidade.

E qual a sinalização do prefeito?

Vai tirar férias.

A impressão que fica é que o prefeito jogou a toalha diante do caos em que está mergulhada boa parcela das famílias recifenses. É como se as “bolsas isso e aquilo” já fossem suficientes para administrar a miséria.

Nada mais há a ser feito.

O recesso de João da Costa é um desrespeito à população.

Um prefeito mais sério jamais tiraria férias com seis meses de gestão numa cidade top de linha no quesito violência, com tantos sem-teto, com tantos postos de saúde caindo aos pedaços e profissionais insatisfeitos, com professores reclamando o piso nacional do magistério que não é respeitado.

O prefeito, com esta atitude, mostra mais que um estilo, mas uma terrível insensibilidade com nossa cidade.

PS: Edilson é presidente do PSOL-PE e escreve para o Blog de Jamildo toda semana.