Por Fernando Bezerra Coelho, no Jornal do Commercio desta quinta Em abril passado quando da reunião da Sudene em Montes Claros, o governo federal concluiu a longa e demorada negociação do financiamento do projeto da mais importante obra ferroviária do Nordeste.
Finalmente, no fim de maio, todos os contratos de financiamentos junto a Sudene, BNDES e BNB foram assinados.
Nesta última semana, o BNDES liberou mais R$ 100 milhões, o BNB R$ 90 milhões e finalmente a Sudene liberou os primeiros R$ 27 milhões do Finor.
O trecho Propriá/Cabo estará completamente recuperado e inaugurado ainda este ano, viabilizando importante volume de cargas para Suape.
A frente de obras Salgueiro/Trindade avança, e a partir do início de julho, nova frente de obras se inicia partindo de Parnamirim.
Já agora em junho, em reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o Ibama se comprometeu de liberar a licença de instalação do trecho Salgueiro/Suape no dia 19 de agosto, e até o final deste ano, teremos pelo menos, mais três novas frentes de obras neste trecho.
Já podemos finalmente celebrar a concretização deste tão sonhado projeto?
Não.
No PAC estão assegurados com recursos do FNDE, um bilhão e 300 milhões de reais em 2009, e um bilhão de reais para 2010.
Com o pretexto de que a obra está atrasada, o Ministério da Integração propôs a Casa Civil, a utilização de parte dos recursos para viabilizar a Ferrovia Oeste Leste – que liga as cidades de Ilhéus a Luís Eduardo Magalhães.
Nada temos contra a ferrovia que pretende levar os grãos e minérios do Oeste baiano para o Porto de Ilhéus, mas o dinheiro dela não pode ter como origem os recursos da Transnordestina.
Esta aí uma luta que deve mobilizar toda a representação política pernambucana no Congresso Nacional, ao invés de nos dividirmos com iniciativas de CPI, que só colocam em risco, os investimentos que Pernambuco tanto precisa. É hora de defendermos a Transnordestina, e hora de apoiarmos o concessionário do projeto que já desembolsou mais de R$ 300 milhões e o governo federal menos de R$ 30 milhões até agora.
A Transnordestina vai mobilizar em obras mais de R$ 2 bilhões só no território pernambucano.
Quando no pico da sua implantação, quatro mil empregos serão gerados no Estado.
Nenhuma obra é tão importante para a promoção do desenvolvimento do interior do Estado, quanto esta ferrovia.
Os benefícios são expressivos e contemplam a viabilização da logística do gesso do Araripe, permitindo a sua exportação.
Há também a chegada do milho e da soja, determinando o valor de uma ração mais barata para alavancar a avicultura e suinocultura pernambucana, que já ganha novas perspectivas após a chegada dos projetos da Sadia e da Perdigão.
O presidente Lula quer a ferrovia, o governador Eduardo Campos luta e ajuda na agilização do projeto, portanto, agora que todos os obstáculos foram superados (contratos financeiros, licenças ambientais desapropriações) não podemos permitir que novos entraves sejam criados para impedir a implantação deste projeto que é vital para a economia pernambucana.
Com Pernambuco unido, a Transnordestina agora vai! » Fernando Bezerra Coelho é secretário de Desenvolvimento Econômico