De Política/JC BRASÍLIA – Deu certo a pressão dos vereadores sobre os senadores.

Por unanimidade, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem a proposta de emenda à Constituição que reduz pouco o percentual de repasse de recursos para as câmaras municipais.

A aprovação da proposta foi comemorada por meia centena de vereadores que encheram o plenário da CCJ porque a nova redação abre caminho para a promulgação da emenda constitucional que aumenta em 7.343 o número de vereadores em todo País.

A proposta inicial aprovada na CCJ, há pouco mais de um mês, previa a redução do teto de repasse de recursos para as câmaras vereadores dos atuais R$ 9 bilhões para R$ 7,2 bilhões, o que ocasionaria uma economia de R$ 1,8 bilhão. “Não refiz esses cálculos.

Não sei quanto é a economia agora com os novos percentuais.

Só sei que é menos do que era antes”, disse o senador Valter Pereira (PMDB-MS), relator da emenda constitucional.

A aprovação da redução de gastos das câmaras de vereadores abre caminho, agora, para que os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), promulguem a emenda que aumenta o número de vereadores.

O imbróglio começou no fim do ano passado quando o Senado aprovou emenda que aumenta em mais de sete mil o número de vagas de vereadores em todo o País, mas retirou do texto a limitação de gastos das câmaras municipais como a Câmara Federal estabelecera.

Indignado, o então presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) se recusou a promulgar a emenda, conhecida como PEC dos Vereadores.

Foi feito, então, um acordo que previa a promulgação da emenda com o aumento do número de vereadores, assim que o Senado aprovasse a limitação de gastos das câmaras municipais.