De Política/JC A deputada estadual Elina Carneiro (PSB) passou ontem ao foco das investigações sobre a suposta fraude em um processo judicial, que a liberaria de uma dívida de cerca de R$ 800 mil com os cofres de Jaboatão dos Guararapes.

A promotora de Justiça de Defesa do Patrimônio Público no município, Dalva Cabral, determinou a notificação da parlamentar para prestar esclarecimentos dentro do inquérito civil, aberto na Promotoria para investigar o caso.

Dalva Cabral não fixou prazo para a deputada se manifestar.

No inquérito civil, ela apura se houve prática de improbidade administrativa pela parlamentar.

Também devem ser notificados o advogado de Elina no acordo, Mário Gil Rodrigues, o ex-procurador-geral de Jaboatão Washington Amorim e o procurador municipal Edson de Sousa Melo, que denunciou a falsificação de sua assinatura em um documento liberando a deputada do débito.

A promotora também enviou um ofício à Comissão da Ética da Assembleia Legislativa informando que Elina é alvo de investigações.

O intuito da promotora seria provocar o Conselho a abrir um procedimento investigativo sobre a eventual falta de decoro parlamentar da deputada.

Mas o presidente da comissão, Raimundo Pimentel (PSDB), adiantou ontem que não abrirá qualquer procedimento interno antes da conclusão das investigações pela promotora. “Até agora não há nada oficial, só suspeitas.

Quando houver algo conclusivo, podemos avaliar a abertura de um processo por falta de decoro”, informou.

A suposta fraude levou à abertura de quatro investigações distintas: um inquérito policial, na Delegacia de Prazeres, um inquérito civil, aberto pela promotora Dalva Cabral – o que motivou o envio deste ofício à Assembleia, uma sindicância administrativa aberta pela Procuradoria Municipal de Jaboatão, e um procedimento investigativo instaurado pela OAB, para apurar a atuação do advogado Mário Gil Rodrigues.

O procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, ainda analisa se instaura um inquérito criminal contra a deputada.