O decreto que desapropria a área onde a Central de Tratamento de Resíduos Candeias (CTR Candeias) está instalada foi publicado no Diário Oficial de Jaboatão dos Guararapes no fim do mês passado.

Mas até hoje a empresa diz não ter sido notificada oficialmente.

O clima de indefinição atrapalha os planos de expansão e começa a gerar um mal-estar entre a CTR e as firmas com quem tem contratos.

Apesar de não admitir, o diretor do empreendimento, Arthur Oliveira, demonstrou desconforto com a situação, durante a entrevista coletiva na manhã de hoje. “Há dois mundos aqui: a área e o empreendimento.

Fizemos um investimento entre R$ 15 e R$ 20 milhões.

Temos contratos, inclusive com o Banco Mundial. É uma indefinição muito grande, inclusive para explicar para todos os parceiros que temos”, disse Oliveira, referindo-se a contratos com cerca de 30 empresas.

Só com a dona do terreno existe acordo de 40 anos de uso da área.

A empresa garante que não foi informada formalmente da desapropriação. “Tomamos conhecimento pela imprensa.

A postura da empresa é proativa, de diálogo e de sugerir uma solução.

Primeiro estamos formando opinião para saber o que está acontecendo.

Estamos num momento de propor ideias”.

Projetos de expansão do empreendimento também estacionaram diante da indefinição.

Como exemplo, Arthur Oliveira citou a instalação de uma unidade de reciclagem de entulho. “Paralizamos a compra de equipamentos”, afirmou.

A empresa começou a atuar em Pernambuco em 2007.

Todo o lixo produzido em Jaboatão dos Guararapes é levado para lá, assim como metade dos detritos produzidos por Paulista e Cabo de Santo Agostinho, além de empresas privadas.

O contrato com Jaboatão vence em três anos.

O município paga R$ 5 milhões por ano e envia 600 toneladas de lixo todos os dias.

Cabo de Santo Agostinho e Paulista mandam, cada um, 200 toneladas/dia.