De Política/JC BRASÍLIA – As investigações do suposto esquema de fraudes em contratos de empréstimos consignados do Senado com instituições financeiras vão ser realizadas apenas pela Polícia Federal.

O Ministério Público Federal rejeitou o pedido da Polícia do Senado para prorrogar o inquérito que analisava as denúncias contra o ex-diretor de Recursos Humanos da Casa João Carlos Zoghbi.

A justificativa é que as denúncias ultrapassam o âmbito do Senado Federal.

A investigação será administrada pelo delegado Gustavo Buque, que já presidia um inquérito sobre esse caso – que inclui a denúncia de que o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia teria chefiado um suposto esquema de desvio de recursos públicos em contratos terceirizados do Senado.

O delegado terá que decidir se mantém ou não os indiciamentos da Polícia do Senado.

No inquérito da Polícia Legislativa, o ex-diretor de Recursos Humanos foi indiciado por formação de quadrilha e corrupção passiva, assim como o seu filho, Marcelo Zoghbi, e os empresários Ricardo Nishimura e Bianka Machado e Dias.

Eles são donos da empresa Contact, que intermediavam as operações de crédito para o Senado.

Segundo agentes da PF que participam das investigações, parte do material recolhido na Operação Mão de Obra, que apurou fraudes em licitações do Senado, também será utilizada.

Realizada em julho de 2006, a operação desmontou uma quadrilha especializada em fraudar licitações públicas para beneficiar empresas que atuavam no serviço de limpeza e informática.

O inquérito aberto pela Polícia Legislativa investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos que envolveria o ex-diretor e empresas de fachada.

A ex-babá de Zoghbi, Maria Izabel, é proprietária de três empresas que intermediavam as operações de crédito para o Senado.

A parceria da Contact, da DMZ Consultoria Empresarial e da DMZ Corretora de Seguros com o Senado teria sido responsável pelo faturamento de R$ 3 milhões registrado pelas empresas.